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Planalto nega que Dilma tenha acertado com Graça mudanças na Petrobras

UESLEI MARCELINO
Imagem: UESLEI MARCELINO

03/02/2015 18h06

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente da República Dilma Rousseff se reuniu nesta terça-feira por quase duas horas com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, dando margem a rumores sobre a troca no comando da estatal, que levaram as ações da petroleira a fecharem com o maior ganho diário em 16 anos.

A alteração na cúpula da diretoria da Petrobras, no centro de um escândalo bilionário de corrupção que envolve ex-empregados, executivos de empreiteiras e políticos, é esperada há meses, mas Dilma tem defendido a manutenção de Graça, de quem é amiga pessoal.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, negou no início da noite que a troca de comando da Petrobras tenha sido decidida na reunião desta terça-feira.

"O que eu posso dizer é que essa questão não foi decidida na reunião entre ela (Dilma) e Graça", afirmou o ministro a jornalistas, após ser questionado sobre a demissão da CEO.

Após o encontro, Graça Foster se limitou a dizer a jornalistas que a reunião tinha sido "muito boa", e não comentou os rumores de sua saída.

Mais cedo nesta terça, o site do jornal Folha de S. Paulo publicou matéria sem citar fontes afirmando que Graça já teria sido informada pelo Palácio do Planalto que será substituída.

Segundo a Folha, Dilma estaria convencida de que a posição da executiva é "insustentável", após a divulgação na semana passada do balanço não auditado da companhia no terceiro trimestre de 2014 citando avaliações internas de que 88 bilhões de reais em ativos estariam supervalorizados devido a corrupção e falhas administrativas.

As negativas do Palácio do Planalto durante o dia sobre a saída de Graça não foram suficientes para reduzir os ganhos dos papéis da estatal, que abriram em alta.

As ações preferenciais da Petrobras fecharam em alta de 15,47 por cento, para 10 reais, na máxima da sessão. O Ibovespa, que reúne os principais papéis do mercado acionário brasileiro, avançou 2,76 por cento.

Procurada, a Petrobras não comentou o assunto.

(Por Jeferson Ribeiro; Reportagem adicional de Marta Nogueira, no Rio de Janeiro, e Ueslei Marcelino, em Brasília)