IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Revisões extraordinárias de tarifas no Sudeste, Sul e Centro-Oeste podem chegar a cerca de 26%

03/02/2015 17h59

BRASÍLIA (Reuters) - As revisões extraordinárias de tarifas de energia de empresas do Sudeste, Sul e Centro-Oeste podem chegar a cerca de 26 por cento, considerando previsões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os dois principais itens que vão compor a revisão: o repasse da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e o aumento da tarifa de Itaipu.

Segundo o diretor da Aneel Tiago Correia, relator da proposta da CDE que vai para audiência pública, o repasse de 23,21 bilhões de reais da CDE aos consumidores deve ter efeito de 19,97 ponto percentual nas contas, enquanto a previsão para o aumento de 46 por cento na energia de Itaipu é de um impacto de mais seis pontos percentuais.

O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, ponderou, entretanto, que o valor final pode ser inferior a este, levando em conta outros fatores, como o abatimento da energia mais barata das concessões de geração que vencem esse ano e as Bandeiras Tarifárias, que na prática diluem ao longo do ano aumentos de custos do setor.

A Aneel, inclusive, abrirá até o Carnaval uma audiência pública para discutir proposta para aumentar os repasses mensais de custos às tarifas por meio das Bandeiras Tarifárias.

As revisões extraordinárias das distribuidoras devem ser anunciadas pela Aneel em março.

A Aneel aprovou nesta terça-feira os primeiros reajustes do ano, que não incluem a CDE, mas já incluem parte do repasse às tarifas dos empréstimos de 17,8 bilhões de reais obtidos no ano passado junto aos bancos para as distribuidoras cobrirem suas despesas no mercado de curto prazo.

Para algumas empresas, como a CPFL Jaguari, o reajuste médio chegou a 45,7 por cento. Outras tiveram aumentos menores, mas ainda assim superiores à média de anos anteriores, como o caso da CPFL Mococa, que teve reajuste médio de 29,28 por cento.

"Os reajustes que ocorrerem após a revisão extraordinária e a revisão das Bandeiras Tarifárias tendem a ser menores, pois já terá sido reconhecida grande parte da variação de custos", disse Rufino.

(Por Leonardo Goy)