Alemanha suaviza tom sobre Grécia antes de reunião crucial
Por Noah Barkin
BERLIM (Reuters) - O governo alemão suavizou seu tom sobre a Grécia um dia depois que seu ministro das Finanças rejeitou firmemente o mais recente pedido de Atenas para uma extensão do resgate, dizendo que embora as propostas precisem de alterações elas são uma boa base para mais negociações.
O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, surpreendeu seus parceiros europeus e colegas do Gabinete da Alemanha na quinta-feira ao rejeitar uma carta de sua contraparte grega, classificando-a como uma tentativa dissimulada de conquistar mais ajuda sem se comprometer com metas acertadas de reformas e de orçamento.
No entanto, antes da reunião crucial de ministros da zona do euro em Bruxelas nesta sexta-feira, a chanceler Angela Merkel se distanciou, através de uma porta-voz, do tom combativo usado por Schaeuble --ao mesmo tempo em que elogiava seu ministro e descrevia o governo como completamente unido.
"A carta do ministro grego das Finanças deixa claro que a Grécia continua interessada no apoio da União Europeia", disse a porta-voz Christiane Wirtz. "Essa carta é um bom sinal que nos permite continuar a negociar".
Ela acrescentou que a reunião dos ministros das Finanças da zona do euro em Bruxelas nesta sexta-feira vai "continuar a negociar nesta base" e que as conversas vão "com alguma esperança levar a um acordo com a Grécia".
Questionada se Merkel apoiava Schaeuble, um conservador veterano de 72 anos que tem mais liberdade que outros ministros para dizer o que pensa, Wirtz disse que Schaeuble está fazendo um "excelente trabalho nesta crise e nas negociações com a Grécia".
A rejeição direta de Schaeuble das propostas do ministro grego das Finanças Yanis Varoufakis salienta a desconfiança entre Berlim e Atenas, que se desenvolveu desde que o esquerdista Alexis Tsipras venceu uma eleição no mês passado prometendo voltar atrás em medidas de austeridade defendidas por Berlim e por seus aliados da zona do euro.
Isso levou Tsipras a ligar para Merkel no fim da quinta-feira. Eles conversaram por quase uma hora e, embora o governo alemão tenha se negado a dar detalhes sobre a conversa, Wirtz disse que Berlim não discute a descrição de Tsipras para a conversa --que a chamou de construtiva.
O programa de resgate atual da Grécia vence no fim deste mês. Se até lá o país não conseguir uma extensão, especialistas temem que uma aceleração dos fluxos de saída de capital irá golpear os bancos gregos, levando a uma saída da zona do euro, algo sem precedentes.
A revista alemã Der Spiegel publicou nesta sexta-feira que autoridades do Banco Central Europeu (BCE) começaram a preparar planos de contigência para a saída da Grécia da zona do euro.
Embora Schaeuble tenha deixado claro que acredita que a zona do euro pode aguentar tal consequência, Merkel e os parceiros europeus da Alemanha podem estar mais relutantes em assumir esse risco.
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