IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

BC da China corta juros por fraca demanda e risco deflacionário

28/02/2015 12h49

SÃO PAULO, 28 Fev (Reuters) - O banco central da China anunciou neste sábado (28) o corte nas taxas de juros, alguns dias antes da reunião anual do parlamento do país, em seu mais recente esforço para estimular a segunda maior economia do mundo, enquanto seu crescimento desacelera e aumentam os riscos de deflação.

A autoridade monetária disse que o corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros de referência, para 5,35% – seu segundo corte em pouco mais de três meses – e um corte 0,25 ponto na taxa de depósito, para 2,5% passam a vigorar a partir de domingo.

"O foco do corte da taxa de juros é manter os níveis da taxa de juros real adequados às tendências fundamentais do crescimento econômico, aos preços e ao emprego,” disse o Banco do Povo da China, em seu site.

"Isso não representa uma mudança na direção da política monetária."

Entretanto, ao usar uma nova linguagem para descrever a definição da política, o BC chinês disse que o corte de taxa de juros mais recente criaria um ambiente monetário "neutro e apropriado" para a China.

A mudança aconteceu quatro semanas depois que o banco reduziu a taxa de depósito compulsório - o volume de dinheiro que os bancos devem manter como reservas -, que fez com que algumas pessoas acreditassem que a instituição estava ficando cada vez mais preocupada com o risco de deflação.

A referência a "taxas de juros reais" na declaração de sábado também deu a entender que os preços em queda foram um fator importante na sua decisão.

Um artigo no jornal oficial do banco central do dia 25 de fevereiro alertava que os riscos deflacionários eram maiores do que muitos pensavam.

"O corte das taxas de juros ocorreu na primeira semana depois do feriado do Ano Novo Lunar, ressaltando a esperança do governo de aumentar a confiança das empresas", apontou Li Huiyong, economista da Shenyin & Wanguo Securities em Xangai.

"A deflação é o maior inimigo. Somente através da flexibilização contínua (cortes nos juros e no depósito compulsório), poderemos acalmar o ciclo vicioso de contração econômica."

Globalmente, cerca de 20 bancos centrais afrouxaram a sua política esse ano para combater as pressões deflacionárias, impulsionadas em parte pela queda do preço do petróleo.

(Por Megha Rajagopalan e Kevin Yao)