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Bovespa fecha em alta de 2,5%, com Fed mais cauteloso sobre a economia

18/03/2015 17h59

Por Priscila Jordão

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa subiu pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira, na esteira da divulgação do comunicado de política monetária do banco central norte-americano, com o mercado entendendo que o Federal Reserve poderia postergar a alta na taxa de juros para o segundo semestre.

O Ibovespa fechou em alta de 2,47 por cento, a 51.526 pontos, perto da máxima do dia. O giro financeiro foi de 8,3 bilhões de reais.

O Federal Reserve sinalizou um cenário mais cauteloso para o crescimento econômico do país e ressaltou que o mercado de trabalho precisa melhorar mais para que o aperto monetário tenha início, aumentando as apostas de que os juros continuarão quase zerados até o segundo semestre. Contudo, o Fed retirou a palavra "paciente" do comunicado.

"O comunicado tem sinais mistos. Um pouco mais 'dovish' com atividade econômica e um pouco mais 'hawkish' com a retirada do termo 'paciente' (sobre a elevação dos juros). Mas ficou uma leitura de um ritmo talvez mais devagar de alta, talvez em uma dose menor", disse o operador Thiago Montenegro, da Quantitas Asset Management.

A perspectiva de menor velocidade e intensidade da subida dos juros nos Estados Unidos significa maior disponibilidade de capital de risco para investimentos em mercados emergentes como o Brasil.

Por aqui, no front corporativo, a empresa de alimentos Marfrig e a do setor imobiliário PDG Realty ficaram entre as maiores altas do Ibovespa, com altas de 6,6 por cento e 10,53 por cento, respectivamente. Operadores apontaram o efeito de "short squeeze" nos papéis -- movimento quando uma ação sobe rapidamente com investidores que alugaram o papel para apostar em sua queda precisam comprá-lo.

Papéis de bancos responderam pela principal contribuição positiva no índice, com Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil avançando com força.

A alta de mais de 5 por cento de Kroton também corroborou os ganhos do Ibovespa, em meio a expectativas para o resultado do último trimestre de 2014 da empresa de educação, previsto para antes da abertura da bolsa na quinta-feira.

Já as ações da Ecorodovias tiveram a maior queda do Ibovespa, de 3,68 por cento, após a companhia vencer a leilão de concessão da ponte Rio-Niterói, com uma proposta de tarifa de pedágio 36,67 por cento inferior à tarifa teto fixada em edital.

A CCR, atual concessionária da ponte, deu o lance menos agressivo no certame. A notícia gerou uma leitura negativa entre investidores sobre a vitória da Ecorodovias, enquanto as ações da CCR fecharam em alta de quase 5 por cento.

A corretora Concórdia ponderou que as atividades rodoviárias do grupo Ecorodovias têm apresentado resultados apagados quando desconsiderada a empresa Eco 101. "Destacamos a visão positiva dos ativos detidos pela Ecorodovias, mas entendemos que o arrefecimento da economia brasileira tende a penalizá-la em maior grau se comparada a outras concorrentes do setor", escreveram em nota.

Também no vermelho ficaram as ações da Vale, com o minério renovando mínima histórica na China.