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Cooperativa Cooxupé projeta estagnação na safra de café em 2015

18/03/2015 17h54

Por Reese Ewing

GUAXUPÉ, Brasil, 18 de março (Reuters) - A produção de grãos arábica da região da Cooxupé, maior cooperativa de produtores de café do mundo, em Minas Gerais, deverá ficar estagnada em 4,6 milhões de sacas na comparação com a temporada 2014, fortemente prejudica por uma seca.

O presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, disse que uma pesquisa realizada em 200 cidades da região havia apontado 4,2 milhões de sacas de 60 kg de café no ano passado, após uma severa seca em janeiro e fevereiro.

No entanto, o levantamento dos agrônomos neste ano incluiu mais fazendas, o que indica que a produção seria praticamente nos cafezais pesquisados em 2014, embora recentes chuvas tenham melhorado significativamente a situação.

"O número de grãos não aumentará mesmo se chover bem daqui para frente", disse Costa, durante uma feira agrícola de três dias em Guaxupé, no sul de Minas Gerais, onde chuvas moderadas foram registrada na tarde de quarta-feira.

Setenta agrônomos da cooperativa pesquisaram ​​4.100 propriedades na região, que é majoritariamente formada por pequenos produtores.

"Esse número não leva em conta o período de seca em janeiro, que atingiu algumas áreas mais do que outras", disse Costa, acrescentando que o tempo quente e seco durou cerca de duas a três semanas na região.

A Cooxupé comercializa entre 5 milhões e 6 milhões de sacas de café por ano.

A região cafeeira do Sul de Minas Gerais tem visto precipitações dentro da média desde fevereiro, assim como as fazendas ao longo da fronteira com São Paulo.

Chuvas quase que diárias e temperaturas amenas estão criando condições perto do ideal para o desenvolvimento do café em sua etapa final, antes do início da colheita nos próximos meses.

Pés de café examinados ao longo de um trecho de 100 quilômetros, no caminho para Guaxupé, apresentaram desenvolvimento normal de novos ramos, o que deve favorecer a produção em 2016.

As expectativas modestas para a safra atual se devem, entre outros fatores, ao atraso no crescimento de ramos no último ano, em função da severa seca.

Para Costa, previsões do Ministério da Agricultura para a safra do Brasil (de 44-46,6 milhões de sacas) e do Conselho Nacional de Café (de 40,3-43,3 milhões de saca) mostram o exato potencial da colheita nacional, considerando as duas extremidades dos intervalos das projeções.

"Os grãos nas árvores estão todos ainda verdes agora, eles vão começam a amadurecer nos próximos meses, antes de a colheita começar em maio-junho", disse Costa. "A qualidade vai depender das chuvas durante a colheita."