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Putin diz não ter motivo para confiança na economia, para ministros pior já passou

19/03/2015 10h13

Por Darya Korsunskaya e Oksana Kobzeva

MOSCOU (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que ainda é cedo demais para se sentir confiante sobre a economia do país, embora seus ministros tenham dito que o pior já passou.

Falando numa conferência de empresários russos, Putin disse que a taxa de juros do banco central, atualmente em 14 por cento, continua alta mas que o nível é justificado pela situação.

O BC cortou sua principal taxa de juro, a taxa de recompra de uma semana, em 1,0 ponto percentual num segundo afrouxamento neste ano. As empresas têm reclamado que a taxa ainda é alta demais para incentivar o muito necessário crescimento econômico.

"De fato, por enquanto a taxa principal está alta o bastante", disse Putin. "Por enquanto, não há bases fundamentais para nós nos sentirmos confiantes."

O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,5 por cento em janeiro na base anual. A economia foi impactada por sanções econômicas do Ocidente por conta da crise na Ucrânia e pela queda no preço mundial do petróleo, o principal item de exportação da Rússia.

O ministro das Finanças, Anton Siluanov, falando na mesma conferência, disse no entanto que há sinais de que a economia entrou agora num período de estabilização.

"O final do ano passado e o começo deste ano foram especialmente difíceis quando vimos volatilidade no mercado de câmbio, o valor de nossos ativos caindo fortemente", disse Siluanov.

"Estes dois choques nos atingiram de maneira forte. Agora, no geral, vemos que o pior já passou e, bem ao contrário disso, vemos alguns sinais de estabilização."

A Rússia deve registrar em 2015 seu primeiro ano de recessão desde 2009, na esteira da crise financeira global. Segundo a mais recente projeção do banco central, o PIB provavelmente terá contração de 3,5 a 4 por cento neste ano.

Mas o ministro da Economia, Alexei Ulyukayev vê sinais positivos, dizendo ao congresso que a inflação atingiu um pico e que a fuga de capital neste ano pode ser menor que a estimada, e pode até mesmo ficar abaixo de 100 bilhões de dólares.