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Petrobras paralisa plataforma gigante por problemas de segurança

20/03/2015 18h17

Por Jeb Blount

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras informou nesta sexta-feira que paralisou as operações da P-58, importante plataforma produtora de petróleo da estatal, após a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) encontrar problemas de segurança a bordo.

A plataforma produziu 106 mil barris de petróleo e gás natural equivalente por dia em janeiro, sendo 84 por cento de petróleo, de acordo com os dados mais recentes da ANP. O volume representou 4,1 por cento da produção total da Petrobras no Brasil naquele mês, colocando a P-58 na quinta posição entre as maiores unidades produtoras da estatal no mês.

A unidade foi paralisada na quarta-feira, depois de reclamações de trabalhadores levarem a uma inspeção pela ANP, disse o representante da categoria dos petroleiros Davidson Lomba à Reuters nesta sexta-feira.

O navio-plataforma recebe o óleo do projeto Parque das Baleias, um grupo de campos na Bacia do Espírito Santo, cerca de 115 quilômetros ao sudeste de Vitória (ES).

O desligamento ocorre pouco mais de um mês após uma explosão em uma plataforma da Petrobras operada pela norueguesa BW Offshore Ltd matar pelo menos sete pessoas e ferir outras 20. A explosão e uma série de acidentes em refinarias têm levado os sindicatos de trabalhadores a atacar o histórico de segurança da petroleira.

A pressão de um plano de investimento atrasado de 221 bilhões de dólares, o aumento da dívida e o escândalo de corrupção obrigaram a Petrobras a parar de trabalhar com muitos fornecedores importantes e estão levando trabalhadores e equipamentos a operarem no limite, de acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Trabalhadores na P-58 dizem que a produção começou com muitos sistemas incompletos, obrigando os trabalhadores a terminar a construção em alto-mar, em vez de em um estaleiro.

"Temos reclamado sobre problemas de segurança desde que a produção começou, mas com os acidentes em outras unidades de produção, a ANP finalmente decidiu inspecionar", disse Lomba por telefone.

"Nós finalmente decidimos parar de fazer mais obras de construção na unidade de produção", acrescentou. "Não só é mais caro para fazer o trabalho no mar, mas é mais perigoso."

Em comunicado confirmando o desligamento, a Petrobras disse que a medida foi preventiva e que pretende melhorar a eficiência no plataforma que vinha produzindo há um ano.

Por ter seus sistemas ainda incompletos, a P-58 estava operando com apenas cerca de 60 por cento de sua capacidade projetada de 180 mil barris por dia quando a produção foi interrompida, disse Lomba.