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PF prende presidente do Grupo Galvão em nova etapa da operação Lava Jato

27/03/2015 19h36

(Reuters) - A Polícia Federal realizou na manhã desta sexta-feira mais uma etapa da operação Lava Jato, com o cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão.

Foram presos o diretor-presidente do Grupo Galvão, Dario Queiroz Galvão Filho, e Guilherme Esteves, apontado pela PF como um dos operadores do esquema de corrupção.

Segundo a PF, os presos permanecerão à disposição da Justiça Federal em Curitiba.

A Galvão Engenharia, empresa do Grupo Galvão, foi acusada pelo Ministério Público Federal de enriquecimento ilícito pelos fatos apurados na operação Lava Jato, que investiga corrupção e formação de cartel em contratos da Petrobras com empreiteiras, em benefício de executivos e políticos.

Na quarta-feira, a Galvão Engenharia entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro, após ter sua situação agravada por inadimplência da Petrobras e efeitos da retração do mercado de crédito para infraestrutura devido à Operação Lava Jato.

Sobre a operação Lava Jato, o grupo Galvão afirmou anteriormente que "jamais participou de qualquer tipo de suposto 'cartel' de empresas em prejuízo dos interesses de seus clientes" e que a Galvão Engenharia é reconhecida pelos concorrentes como "agressiva" e "competitiva".

GALVÃO COMENTA

A prisão do empresário Dario Queiroz Galvão Filho "foi um ato arbitrário, sem qualquer motivação ou fundamento legal", disse a empresa, por meio de nota no início da noite.

"Dario Galvão não cometeu nenhuma conduta criminosa. Jamais foi mandante de crime algum. Compareceu a todos os atos processuais, em total respeito ao Judiciário", acrescentou. "Justamente por confiar na justiça, adotará as medidas legais para que seja determinada sua liberdade."

Segundo a companhia, os pagamentos às empresas de consultoria investigados na operação Lava Jato são objeto de análise judicial ainda não concluída.

"A empresa entende que há total inversão de fatos e valores. Ignora-se a sangria que vem sendo perpetrada na Petrobras ao longo dos últimos anos e atribui-se à iniciativa privada, que exerce atividade absolutamente lícita e no interesse do crescimento econômico do Brasil, a responsabilidade por cooptar funcionários públicos", afirmou.

"Qualquer ilícito relativo aos fatos, porém, não passaria de mera extorsão."

Não foi possível contatar imediatamente algum representante de Guilherme Esteves, o outro acusado preso nesta sexta-feira.

(Por Gustavo Bonato e Caroline Stauffer, em São Paulo)