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PIB dos EUA cresce 2,2% no 4º tri de 2014, sem revisão

27/03/2015 10h43

WASHINGTON (Reuters) - O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou no quarto trimestre como estimado anteriormente, com empresas diminuindo o ritmo em estoques e investimentos em equipamentos, mas fortes gastos dos consumidores limitaram a desaceleração no ritmo da atividade econômica.

O Produto Interno Bruto (PIB) teve expansão de 2,2 por cento a um ritmo anual, sem revisão ante a projeção do mês passado, informou o Departamento do Comércio nesta sexta-feira em sua terceira estimativa do PIB. A economia cresceu a um ritmo de 5 por cento no terceiro trimestre.

O governo também relatou que os lucros corporativos depois de impostos caíram a uma taxa de 1,6 por cento no quarto trimestre, com o dólar forte impactando os resultados de corporações multinacionais.

Os lucros depois de impostos cresceram a uma taxa de 4,7 por cento no período de julho a setembro. Para todo o ano de 2014, os lucros registraram queda de 8,3 por cento, a maior queda anual desde 2008.

Um crescimento econômico mais lento junto a uma inflação benigna podem levar o Federal Reserve, banco central dos EUA, a adiar a elevação da taxa de juros para mais tarde neste ano. O Fed mantém sua taxa de empréstimo de curto prazo próxima a zero desde dezembro de 2008.

Autoridades do Fed reduziram na semana passada suas estimativas individuais de crescimento para este ano até 2017.

O ritmo moderado de expansão parece ter persistido no primeiro trimestre.

O dólar forte, a fraqueza contínua na Europa e na Ásia, o clima severo de inverno nos EUA e uma já resolvida disputa trabalhista nos movimentados portos da costa oeste do país refrearam a atividade nos primeiros dois meses do ano.

Com as temperaturas subindo, há sinais de uma certa retomada na atividade.

Mas o dólar, que subiu 7,8 por cento ante as moedas dos principais parceiros comerciais dos EUA entre junho e dezembro, vai provavelmente representar um desafio para fabricantes domésticos.

As estimativas para o crescimento do primeiro trimestre variam entre 0,9 por cento a 1,4 por cento.

As empresas acumularam 80 bilhões de dólares em estoques no quarto trimestre, abaixo dos 88,4 bilhões de dólares que o governo havia estimado no mês passado.

Como resultado, os estoques subtraíram 0,1 ponto percentual do crescimento do PIB no quarto trimestre. O relatório anterior dizia que a recomposição de estoques havia acrescentado 0,1 ponto percentual ao PIB.

O ritmo fraco de reestocagem, no entanto, remove a ameaça de um excesso de estoques, dando às empresas escopo para que façam mais pedidos por produtos, o que deve ajudar a estimular a manufatura.

O investimento empresarial em equipamentos foi revisado para mostrar uma expansão de 0,6 por cento em vez do ritmo relatado anteriormente de 0,9 por cento. A taxa mais lenta de expansão nos gastos com equipamentos provavelmente refletiu o dólar forte e os preços mais baixos do petróleo, que causaram uma queda na atividade de perfuração e exploração.

No entanto, os gastos de consumidores, responsáveis por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, cresceram a um ritmo de 4,4 por cento no quarto trimestre, em vez do ritmo de 4,2 por cento relatado no mês passado. Este foi o ritmo mais veloz desde o primeiro trimestre de 2006.

Os gastos de consumidores, porém, diminuíram no começo do primeiro trimestre conforme um clima frio e com neve manteve compradores em casa. As famílias também aparentemente optaram por guardar a maior parte das economias geradas pelos preços mais baixos de gasolina.

Apesar da demanda global mais lenta, o crescimento da exportação foi revisado para cima. No entanto, com os gastos de consumidores tão fortes, mais importações entraram no país do que estimado anteriormente, resultando num déficit comercial que pesou sobre o crescimento do PIB.

O comércio tirou 1,03 ponto percentual em vez do 1,15 ponto percentual relatado no mês passado.

Os gastos com construção de moradias no quarto trimestre foi revisado para cima, enquanto os gastos do governo ficaram levemente mais fracos que no relatório anterior.

(Por Lucia Mutikani)