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Queda do petróleo impacta vendas da JBS do Brasil para Rússia e Venezuela

07/04/2015 15h58

SÃO PAULO (Reuters) - A JBS Mercosul, que inclui a divisão brasileira da gigante de carnes JBS, está sendo impactada negativamente por menores vendas para a Rússia e Venezuela, grandes produtores de petróleo que estão sofrendo as consequências da queda nos preços da commodity.

O presidente-executivo da JBS, Wesley Batista, disse nesta terça-feira, ao ser questionado sobre uma eventual redução de margens por conta dos preços recordes da arroba bovina no Brasil, que o maior problema este ano decorre de menores vendas para grandes importadores, como russos e venezuelanos.

"A maior pressão sobre as margens tem vindo da queda nas exportações, especialmente para Rússia e Venezuela, por causa da queda do petróleo e desvalorização das moedas deles", disse Batista a jornalistas, após palestra no Brazil Investment Forum, do Bradesco BBI.

O petróleo perdeu cerca de metade de seu valor desde meados do ano passado, o que tem impacto sobre economias fortemente dependentes da commodity.

Do lado da oferta de matéria-prima, Batista admitiu que a menor disponibilidade de animais para abate tem sustentado os preços da arroba bovina no Brasil em níveis recordes, mas acrescentou que as cotações estão se ajustando, diante das dificuldades de empresas de repassarem tais custos para consumidores.

Ele disse ainda que, neste cenário, o setor de carne bovina do Brasil, o maior exportador global do produto, não deve ter vida fácil em 2015.

A unidade Mercosul da JBS, que exporta para Rússia e Venezuela, envolve a produção de carne bovina no Brasil, na Argentina, no Paraguai e no Uruguai, além dos segmentos de couros e negócios relacionados.

SEM PLANOS PARA ÁSIA

A maior produtora de carnes do mundo, com dois terços de sua receita advinda das unidades na América do Norte, não tem plano de operar fábricas na Ásia no momento, enquanto foca no crescimento na América do Sul, América do Norte e Austrália, disse o executivo.

Durante a palestra, ele disse ainda que a JBS não tem plano no médio prazo de atuar na produção de carnes na China.

O foco, acrescentou, será o crescimento orgânico da companhia, a qual terá geração de caixa neste ano que aumentará capacidade para aquisições da empresa, ressaltou Batista, da família dos controladores da companhia.

Ele disse ainda que não há perspectiva para uma oferta inicial de ações (IPO) em breve da JBS Foods (unidade de processados, carne suína e de frango no Brasil), assim como um IPO da JBS USA tem "probabilidade baixa nos próximos meses".

(Por Aluisio Alves)