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Autoridades do Fed dizem que alta de juros nos EUA em junho não está descartada, mas depende de dados

08/04/2015 18h38

Por Jonathan Spicer e Daniel Bases

WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve ainda pode elevar a taxa de juros em junho, apesar de dados fracos recentes dos Estados Unidos e ceticismo de investidores, disseram duas autoridades do banco central norte-americano nesta quarta-feira, colocando os holofotes diretamente sobre o desempenho da economia nos próximos dois meses.

Dados decepcionantes do mercado de trabalho nos EUA, da atividade manufatureira e das vendas do varejo ao longo do inverno empurraram as expectativas do mercado para um aumento de juros mais tarde neste ano. Junho vinha sendo visto há algum tempo como o momento mais cedo em que o Fed poderia apertar a política monetária, após mais de seis anos de juros perto de zero.

No entanto, o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, e o diretor do Fed Jerome Powell desenharam cenários em que o banco central poderia iniciar o processo mais cedo do que muitos agora esperam e, então, proceder de forma lenta e gradual em novas altas.

"Posso imaginar circunstâncias nas quais uma elevação da taxa em junho ainda esteja em jogo", disse Dudley, membro votante do comitê de política monetária do Fed e próximo da chair, Janet Yellen, em um evento da Reuters em Nova York.

"Se a economia estiver forte, a taxa de desemprego caindo, os salários subindo e a perspectiva for boa, você poderia chegar a esse ponto", disse, acrescentando que as condições provavelmente ainda estão muito distantes para uma alta em junho, levando em conta os dados recentes.

A ata da última reunião de política monetária do Fed, divulgada na quarta-feira, também mostrou que autoridades do banco central estão ansiosas para iniciar o processo de alta dos juros, mas provavelmente irão devagar uma vez que o aperto monetário seja iniciado.

Vários participantes da reunião disseram estar seguros de que junho seria o momento certo para o que seria o primeiro aumento de juros desde 2006, de acordo com a ata.

Um "par" de participantes disse não acreditar que seja apropriado elevar os juros até o ano que vem, enquanto o restante dos membros votantes busca evidências de que o impacto dos preços baixos do petróleo e de um dólar forte foi reduzido, e que a economia dos EUA continua criando empregos.

Powell, falando em Nova York, disse que estaria disposto a começar a apertar a política monetária mesmo com os níveis atuais baixos de inflação, mas acrescentou que o Fed deveria então proceder lentamente para garantir que economia continue a se recuperar da crise de 2007 a 2009.

"Até a reunião de junho teremos tido... muitos dados sobre tudo na economia. Junho é um mundo diferente de hoje", disse Powell.