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Bradesco eleva rentabilidade no 1º tri, mas inadimplência cresce

Aluísio Alves

29/04/2015 08h03

SÃO PAULO (Reuters) - O Bradesco elevou sua rentabilidade no primeiro trimestre, apoiado em maiores ganhos com juros e no controle de despesas, mas o resultado foi ofuscado em parte pelo desempenho fraco em seguros e pelo aumento da inadimplência.

O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quarta-feira (29) que teve lucro líquido de R$ 4,244 bilhões no período, alta de 23,3% o ante igual etapa de 2014.

Sem efeitos extraordinários, o lucro somou R$ 4,274 bilhões, aumento de 23,1% ano a ano e praticamente em linha com a previsão média de cinco analistas consultados pela Reuters, de lucro recorrente de R$ 4,261 bilhões.

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 22,3% no trimestre, aumento de 1,8 ponto percentual sobre o mesmo período do ano passado.

Refletindo a estagnação econômica do país, o estoque de crédito do Bradesco subiu apenas 7,2% em 12 meses, para R$ 463,3 bilhões até março. O destaque foram as grandes empresas, com alta de 10,4%. As operações para pessoas físicas e para empresas médias e pequenas, que rendem margens maiores, evoluíram apenas 7,1% e 1,9%, respectivamente.

Ainda assim, o banco se beneficiou do aumento das margens com operações de crédito, de 6,8% para 7,3%, e da boa performance da tesouraria, refletindo o ciclo de alta da Selic e dos títulos do banco atrelados ao IPCA.

Outro reflexo do panorama econômico brasileiro foi o índice de inadimplência medido pelo saldo de operações vencidas há mais de 90 dias, que chegou a 3,6%, altas de 0,1 e 0,2 ponto percentual sobre dezembro e sobre março de 2014, nesta ordem.

Os indicadores antecedentes de inadimplência também subiram.

Nessa linha, a despesa do banco com provisão para perdas com calotes deu um salto de 25,1% na comparação anual, para R$ 3,58 bilhões.

Em contrapartida, as despesas administrativas subiram apenas 4,7% em um ano, a R$ 7,08 bilhões.

No segmento de seguros, o lucro cresceu 23,4% ano ano a ano, a R$ 1,28 bilhão. Mas a sinistralidade, que mostra as despesas com pagamentos a segurados, aumentou 1,6 ponto percentual.