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Governo subirá imposto para tentar cumprir meta de economia em 2015, diz fonte

Luciana Otoni

18/05/2015 13h13

BRASÍLIA (Reuters) - A equipe econômica da presidente Dilma Rousseff avalia que será preciso aumento de impostos para tentar cumprir a meta de superavit primário (economia para pagar os juros da dívida) deste ano, após as mudanças feitas pelo Congresso em medidas provisórias relacionadas ao ajuste fiscal, disse à Reuters nesta segunda-feira uma fonte do governo com informações sobre o assunto.

Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, o Ministério da Fazenda acertou com Dilma que haverá aumento dos tributos PIS e Cofins a ser feito por decreto. "Esse aumento do PIS e da Cofins será anunciado após o contingenciamento de verbas (do Orçamento da União)", disse, sem dar mais detalhes.

"A conta do superavit não fecha após as alterações feitas no Congresso nas MPs 664 e 665 e mesmo considerando o contingenciamento", afirmou.

O contigenciamento de gastos do Orçamento, que deverá ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões, terá que ser anunciado nos próximos dias.

As MPs 664 e 665, que alteram regras de acesso a benefícios previdenciários e trabalhistas, respectivamente, foram aprovadas na Câmara dos Deputados com alterações que reduzem em cerca de R$ 3,5 bilhões a economia prevista com as alterações para este ano.

No caso da MP 664, ela foi votada pelos deputados com aprovação também de uma flexibilização do Fator Previdenciário, em um revés que pesará nas contas públicas mais à frente. 

De acordo com a fonte, pesa ainda sobre o esforço fiscal do governo o fato de a Receita Federal não poder contar mais para 2015 com os efeitos da reversão parcial da desoneração da folha de pagamento das empresas.

A reversão parcial da desoneração da folha, na forma inicial como foi idealizada pela Fazenda, geraria redução de R$ 5 bilhões na renúncia de R$ 25 bilhões projetada para este ano.

A meta de superávit primário, a economia feita pelo governo para pagamento de juro da dívida pública, é de R$ 66,3 bilhões em 2015, equivalente a 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Mas com a arrecadação fraca devido ao baixo ritmo de atividade, desonerações tributárias altas e gastos públicos em patamar elevado, o superávit primário ficou negativo em 0,70% do PIB nos 12 meses encerrados em março.