FMI alerta sobre grande abismo financeiro com proximidade de referendo grego
Por Renee Maltezou e David Chance
ATENAS (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) deu um forte alerta nesta quinta-feira sobre um enorme abismo financeiro enfrentado pela Grécia, conforme eleitores nervosos e com dúvidas se preparam para um referendo que pode decidir o futuro do país na Europa.
Dias após a Grécia dar um calote em parte de sua dívida junto ao FMI, o órgão informou que o país precisa de mais 50 bilhões de euros ao longo dos próximos três anos, incluindo 36 bilhões de euros de seus parceiros europeus, para se manter. O país também precisa de um significativo alívio da dívida.
A afirmação, em um rascunho preliminar do último relatório de sustentabilidade, destaca a escalada de problemas enfrentados por Atenas, independentemente do resultado do referendo de domingo sobre a oferta de credores feita no mês passado.
A rejeição do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, classificando como "chantagem" as demandas de credores da União Europeia (UE) e do FMI por cortes de gastos e elevações de impostos, deixou os parceiros da Grécia tão nervosos que não há esperança de reconciliação antes da votação de domingo sobre a questão.
Com bancos fechados pelo quarto dia e controles de capital em vigor, o futuro do governo de esquerda depende do resultado devido ao nervosismo dos eleitores gregos, divididos entre ressentimento com os credores e desprezo pelos políticos locais.
"As pessoas enlouqueceram completamente. E é tudo culpa, 100 por cento, de todos os políticos. São eles os culpados pela situação em que estamos agora", disse o pensionista Thanos Stamou.
No domingo, caberá ao povo grego decidir sobre uma questão que o governo foi incapaz de acertar durante meses de negociações com seus parceiros europeus.
Tsipras e seu ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, permanecem convencidos de que Atenas pode negociar termos melhores, incluindo alívio da dívida, se a população rejeitar as condições da oferta. Ambos sinalizaram que vão renunciar se os eleitores escolherem o resgate.
"Eu quero acreditar que esses problemas não vão durar muito", disse Tsipras sobre os bancos fechados. "Os bancos vão abrir quando houver um acordo", disse ele em entrevista televisionada, prevendo que o acerto viria dentro de 48 horas após o referendo.
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