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PF prende ex-diretor da área internacional da Petrobras Zelada em nova fase da Lava Jato

SERGIO MORAES
Imagem: SERGIO MORAES

02/07/2015 13h24

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira o ex-diretor da área internacional da Petrobras Jorge Zelada por suspeita de recebimento de propina no esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato, aumentando para quatro o número de ex-diretores da estatal detidos desde o início da operação.

Zelada, que ocupou a cadeira de diretor entre 2008 e 2012, foi preso por policiais federais no Rio de Janeiro no âmbito da 15ª fase da Lava Jato, denominada Conexão Mônaco, de acordo com nota do Ministério Público Federal. Além de prender o ex-diretor, a PF também cumpriu mandado de busca e apreensão na empresa TVP SOLAR do Brasil, de propriedade dele.

"De acordo com o pedido de prisão, o recebimento de propinas por Jorge Luiz Zelada foi mencionado por diversos colaboradores. Há indicação também de um relatório de auditoria da Petrobras que menciona a responsabilidade de Zelada pelas irregularidades verificadas na contratação do navio sonda da empresa Vantag", informou o MPF em comunicado.

Zelada teve mais de 11 milhões de euros bloqueados pela Justiça de Mônaco em março, a pedido do MPF, por suspeitas de que o recursos sejam provenientes de propinas. Segundo o MPF, ele transferiu dinheiro que estava oculto na Suíça para Mônaco com a finalidade de evitar o bloqueio desses valores após a deflagração da Lava Jato.

O advogado de Zelada, Eduardo Moraes, criticou a prisão de seu cliente, que classificou de "desnecessária" e "ilegal". Moraes disse ainda que Zelada se colocou à disposição para dar "todo e qualquer esclarecimento" e colaborar com a investigação. O advogado disse que entrará com pedido de habeas corpus pedindo a libertação do ex-diretor.

Zelada assumiu a área internacional da Petrobras no lugar de Nestor Cerveró, já condenado por envolvimento no esquema de corrupção na estatal investigado pela Lava Jato. Também já foram presos pela PF no âmbito da operação os ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa e Renato Duque.

A Lava Jato investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, no qual empreiteiras teriam formado um cartel para vencer contratos de obras da estatal. Em troca, teriam pago propinas a funcionários da empresa, operadores que lavariam o dinheiro do esquema, políticos e partidos.

Além de ex-funcionários da estatal, a polícia também prendeu diversos executivos de grandes empreiteiras acusados de envolvimento no esquema, incluindo o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que comandava o maior grupo de construção e engenharia da América Latina.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Com reportagem de Caroline Stauffer, em São Paulo)