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China proíbe grandes acionistas de venderem ações nos próximos 6 meses

08/07/2015 22h24

Por Koh Gui Qing e Kazunori Takada

PEQUIM/XANGAI (Reuters) - A agência reguladora de valores mobiliários da China tomou a medida drástica de proibir que acionistas com participações superiores a 5 por cento vendam seus papéis nos próximos seis meses, numa tentativa de conter uma queda nos preços das ações que está começando a perturbar os mercados financeiros globais.

A China Securities Regulatory Commission (CSRC) afirmou em seu site na noite desta quarta-feira que irá tratar com severidade qualquer violação da regra.

A proibição também parece se aplicar a investidores estrangeiros que detêm participações em empresas listadas nas bolsas de Xangai ou Shenzhen, embora a maioria de suas participações seja inferior a 5 por cento.

Separadamente, os principais acionistas dos maiores bancos chineses, incluindo ICBC, e empresas, como a Sinopec, prometeram manter suas participações e aumentar suas cotas nas companhias listadas.

Os anúncios ocorrem após o mercado de ações da China mostrar sinais de congelamento nesta quarta-feira, depois que as empresas correram para escapar da turbulência ao suspender suas ações e a CSRC alertou para um "sentimento de pânico" atingindo os investidores.

O índice CSI300 das maiores empresas listadas nas bolsas de Xangai e de Shenzhen fechou em queda de 6,8 por cento nesta quarta-feira, enquanto que o Shanghai Composite Index caiu 5,9 por cento.

As ações chinesas perderam mais de 30 por cento dos seus valores desde meados de junho. Para alguns investidores globais, o medo de que a turbulência no mercado chinês desestabilize a economia real é agora um risco maior do que a crise na Grécia.

De fato, o governo dos Estados Unidos está preocupado que a quebra do mercado acionário poderia atrapalhar a agenda de reforma econômica de Pequim.

"A preocupação, que é real, é sobre o que isso significa em relação ao crescimento de longo prazo na China", disse o secretário do Tesouro norte-americano, Jack Lew, nesta quarta-feira, durante um evento em Washington sobre a estabilidade financeira.

"Como é que as autoridades chinesas reagirão a isso e o que isso significa em termos de condições fundamentais da economia?"

Mais de 500 empresas chinesas listadas anunciaram a suspensão das negociações de suas ações nas bolsas de Xangai e Shenzhen na quarta-feira, elevando o total de suspensões a cerca de 1.300 - 45 por cento do mercado ou cerca de 2,4 trilhões de dólares em ações, com as empresas procurando se afastar da carnificina.

(Reportagem adicional de David Stanway, Winni Zhou Nicholas Heath, em Pequim; de Pete Sweeney e Brenda Goh, em Xangai; de Umesh Desai, Saikat Chatterjee e Michelle Chen, em Hong Kong; e de Jason Lange e Douwe Miedema, em Washington)