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Dilma diz em reunião com governadores que estabilidade fiscal é responsabilidade de todos

30/07/2015 17h59

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira durante reunião com governadores que a estabilidade fiscal do país é uma responsabilidade de todos e disse enxergar uma volta ao crescimento econômico em um prazo menor do que previsto por muitos.

Em discurso na abertura da reunião, pontuado em vários momentos por apelos pela necessidade de cooperação entre União e Estados, Dilma disse ainda que a busca de formas "mais institucionalizadas" de cooperação federativa permitirá que haja aceleração do período de travessia pelo qual passa o Brasil.

"Nós sabemos que a estabilidade fiscal do país é muito importante, que a estabilidade econômica do país é muito importante, e é responsabilidade de todos os Poderes da Federação", disse a presidente.

"A União tem que arcar com a responsabilidade de liderar esse processo e assumir todas as suas necessidades e condições

e, ao mesmo tempo, nós consideramos que, como algumas medidas afetam os Estados e portanto o país, os governadores também têm de ter clareza do que está em questão."

Em um momento em que o Executivo conta com baixa aprovação e dificuldades com sua base de apoio no Legislativo, sendo alvejado inclusive por líderes da base aliada, a presidente destacou a existência de algumas propostas legislativas "de grave impacto já votadas pelo Congresso", completando que "todas essas medidas terão impacto sobre os Estados sem sombra de dúvidas".

"A cooperação federativa é uma exigência constitucional, é exigência da forma como nós organizamos Estado e sociedade brasileira. Devemos respeitar a democracia, devemos somar forças e trabalhar para melhor atender a população", afirmou.

"Sei suportar pressão e até injustiça. Isso é algo que qualquer governante tem de se capacitar para e saber que faz parte da sua atuação. Eu também quero dizer que tenho o ouvido aberto e também o coração", completou, num aceno ao diálogo.

A presidente disse também que a conjuntura econômica era mais favorável durante a campanha eleitoral do ano passado do que atualmente, citando fatores como a queda no preço das commodities, desaceleração da China e queda do real ante o dólar, com impacto sobre a inflação.

"Como governantes que somos, não podemos nos dar ao luxo de não ver a realidade com olhos muito claros", afirmou, pontuando que, apesar disso, o país tem condições de voltar a crescer com ajuda de maiores exportações, concessões públicas e um novo ciclo de expansão sustentável do crédito que, de acordo com Dilma, virá com a redução da inflação já no ano que vem.

"O governo tem todas as condições de superar essas dificuldades, de enfrentar os desafios e, num prazo bem mais curto que alguns pensam, assistir à retomada do crescimento da economia", avaliou.

A respeito das iniciativas que podem ser tocadas em conjunto com os governadores, Dilma citou a reforma do ICMS, imposto sobre circulação de mercadorias e serviços.

"É reforma microeconômica que pode ter repercussão macroeconômica para o crescimento, para a geração de emprego, para a melhoria de arrecadação dos Estados", afirmou.

(Reportagem de Marcela Ayres)