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Orçamento da Educação terá corte adicional de até R$2 bi neste ano, dizem fontes

30/07/2015 15h20

Por Luciana Otoni

BRASÍLIA (Reuters) - O governo vai fazer corte adicional de até 2 bilhões de reais no orçamento do Ministério da Educação deste ano que, se concretizado integralmente, amplia para mais de 11 bilhões de reais o bloqueio sobre os programas educacionais, informaram à Reuters nesta quinta-feira duas fontes do governo com conhecimento sobre o assunto.

Com isso, a área de Educação poderá responder sozinha por quase um quarto do corte adicional de 8,6 bilhões de reais nas despesas de 2015 anunciado na semana passada e que faz parte do novo ajuste fiscal.

"O Ministério da Educação será uma das pastas mais atingidas pelo novo corte", disse uma fonte do governo. Uma segunda fonte do governo disse que a tesoura será maior no MEC porque possui um dos maiores orçamentos em comparação aos demais ministérios.

Procurado, o Ministério da Educação não tinha alguém imediatamente disponível para comentar o assunto. Já o Ministério do Planejamento, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que somente se manifestará após a publicação do decreto de Programação Orçamentária e Financeira, que deve ocorrer ainda nesta quinta-feira por meio de edição extra do Diário Oficial da União.

Com o slogan "Brasil Pátria Educadora", o governo da presidente Dilma Roussef (PT) já havia feito um corte de quase 9,5 bilhões de reais na Educação neste ano, como parte do contingenciamento de 70 bilhões de reais em maio e que já havia imposto à pasta a desaceleração em vários programas educacionais.

As ações de educação ampliaram as quedas após a Reuters publicar o corte adicional de até 2 bilhões, renovando mínimas do dia nesta quinta-feira. Às 13h, Kroton Educacional caía mais de 4 por cento e Estácio Participações desabava mais de 5 por cento. O Ibovespa tinha perdxas de 0,68 por cento.

Fora do índice, Ser Educacional perdia quase 5 por cento e Anima Educação abandonou os ganhos e declinava cerca de 2,5 por cento.

Com a economia cada vez pior, com previsões de analistas de recessão para este e o próximo ano e que afetam diretamente a arrecadação, a equipe econômica teve de reduzir as metas fiscais para este e os próximos anos na semana passada, quando também divulgou corte adicional total de 8,6 bilhões de reais, mas sem especificar quais áreas e de que maneira seriam atingidas.