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Vale vê produção de minério maior em 2016, mas em nível menor que o projetado

30/07/2015 11h50

Por Marta Nogueira e Stephen Eisenhammer

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A mineradora Vale deverá elevar a produção de minério de ferro em 2016 em relação ao total registrado neste ano, mas os volumes extraídos deverão ser menores do que o previsto nas estimativas anteriores.

A companhia, maior produtora de minério de ferro do mundo, ainda manteve a projeção de 340 milhões de toneladas para 2015, com executivos afirmando em teleconferência nesta quinta-feira que a mineradora está elevando a qualidade do produto.

"Como estamos otimizando a margem e, ao mesmo tempo, tendo ramp-up, vamos seguramente produzir mais do que em 2015, mas provavelmente vamos estar entre o guindance que foi dado no Vale Day de 2014, que foi 376 (milhões de toneladas)... e acima dos 340 (milhões) que estamos produzindo em 2015", afirmou nesta quinta-feira o diretor de ferrosos da empresa, Peter Poppinga.

O presidente-executivo da Vale, Murilo Ferreira, declarou que a empresa está aumentando gradualmente a qualidade do minério produzido, enquanto concorrentes estão reduzindo o teor de ferro da commodity levada ao mercado.

A estratégia, na avaliação da diretoria da Vale, traz competitividade para a empresa em um cenário de preços deprimidos, com as grandes do setor elevando a produção.

"A partir deste mês de julho..., a Vale não vai vender mais um quilo de minério silicoso de segunda categoria", afirmou Poppinga.

Segundo o executivo, a produção de minério silicoso teve ritmo anualizado de 16 milhões de toneladas no primeiro semestre.

"Estamos indo muito bem nessa nossa jornada de melhorar a qualidade, nos diferenciarmos e focar nas margens, e não no volume e market share a qualquer custo."

Ele frisou ainda o objetivo da empresa de substituir entre 25 milhões e 30 milhões de toneladas a produção de minério de ferro de menor qualidade e maior custo, enquanto busca melhorar a qualidade da commodity extraída para melhorar a receita.

Segundo Poppinga, até o fim do ano a empresa deve aumentar em 0,4 por cento o teor do minério comercializado, o que permanecerá crescendo ao longo do próximo ano.

"Ano que vem já sabemos, pela evolução natural da lavra e pelo projeto Itabiritos e pela maior participação de Carajás, que estaremos aumentando em 0,5 por cento em 2016 o teor de ferro, o que em preços atuais representam torno de 200 milhões de dólares a mais na nossa receita", afirmou o executivo, em teleconferência de resultados do segundo trimestre.

A Vale registrou lucro líquido de 5,144 bilhões de reais no segundo trimestre de 2015, após três trimestres consecutivos de perdas, com a ajuda de maiores preços realizados na venda de minério de ferro e reduções em custos e despesas.

CARVÃO

A mineradora explicou ainda que a queda da empilhadeira de carvão em seu porto de Moçambique na semana passada, conforme publicou a Reuters, não afetará a previsão de aumento da produção de carvão para o próximo ano.

A fornecedora do equipamento, de grandes proporções, foi a empresa sueca Sandvik, explicou a empresa.

"É um fornecedor tradicional, a própria Vale já tem vários equipamentos adquiridos desse fornecedor, bastante respeitado no mercado, não só para a Vale mas para todas as outras mineradoras do mundo inteiro", afirmou o diretor-executivo de Projetos de Capital, Galib Chaim.

A queda do equipamento colocou mais um desafio para o projeto.

A Vale depende do porto e de uma ferrovia, que juntos são conhecidos como Corredor de Nacala, para elevar a capacidade de produção em sua mina de carvão de Moatize, no noroeste de Moçambique.

A Vale planeja atingir a produção de 11 milhões de toneladas de carvão por ano até meados de 2016 e 22 milhões de toneladas em 2017. A atual produção é de cerca de 7 milhões de toneladas.