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Economistas pioram estimativas para PIB e IPCA neste ano, mas mantêm para 2016

03/08/2015 09h02

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras pioraram novamente suas projeções para a inflação e a atividade econômica neste ano, mas mantiveram as estimativas para esses fundamentos no ano que vem, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Focus do Banco Central.

O levantamento continuou mostrando que a taxa básica de juros deve fechar o ano nos atuais 14,25 por cento, após o Banco Central elevar na semana passada a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual e sinalizar o fim do ciclo de aperto monetário.

Os mercados de juros futuros já se ajustaram à decisão, embutindo a manutenção da Selic nesse patamar entre a reunião de setembro e meados do ano que vem. A pesquisa Focus continuou mostrando que a taxa básica de juros deve cair a 12,00 por cento ao fim de 2016.

A autoridade monetária tem enfatizado que seu objetivo é trazer a inflação ao centro da meta --de 4,5 por cento pelo IPCA-- ao fim do ano que vem. A projeção dos economistas para a alta do IPCA no ano que vem ficou estável em 5,40 por cento.

Isso significa que o IPCA permaneceria acima do centro da meta mesmo com a perspectiva de crescimento de apenas 0,20 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), igual à projeção da semana anterior. Para o PIB neste ano, economistas pioraram a projeção pela terceira semana seguida, prevendo recuo de 1,80 por cento, ante 1,76 por cento.

No mês passado, o governo reduziu suas metas fiscais para este e os próximos dois anos, abrindo inclusive a possibilidade de déficit primário neste ano. O governo argumentou que estava se ajustando à queda da arrecadação em meio à atividade fraca, mas analistas viram sinais de arrefecimento dos esforços fiscais.

Pouco depois, a agência de classificação de risco Standard & Poor's piorou a perspectiva da nota "BBB-" do Brasil para "negativa" ante "estável", indicando que o país pode perder seu grau de investimento.

Outro tema que tem atraído a atenção é o câmbio, após o dólar saltar 10 por cento em relação ao real em julho e fechar na máxima em 12 anos. O Focus mostrou piora da previsão de fechamento do dólar no ano, para 3,35 reais, ante 3,25 reais na semana anterior.

(Por Bruno Federowski)