Estácio vê aumento de 3% a 6% da base de alunos presenciais no 2o semestre
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Estácio Participações espera que a base de alunos presenciais cresça de 3% a 6% no segundo semestre, após ter revisto investimentos por causa de problemas relacionados ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
A rede de ensino privado disse que se preparou "com enorme disciplina para o processo de admissão" no segundo semestre, mas mencionou a insegurança com o cenário macroeconômico.
Para o ensino a distância, a expectativa é de expansão de 8% a 12% no terceiro trimestre ante mesmo período de 2014.
Para a renovação de alunos, a expectativa é que a taxa permaneça no mesmo patamar de um ano antes, tanto no ensino a distância quanto no presencial, "apesar das dificuldades com o Fies, que impactaram principalmente os alunos matriculados no primeiro semestre deste ano", disse a Estácio em relatório.
A Estácio teve lucro líquido consolidado de R$ 131,9 milhões no segundo trimestre, alta de 53,4% na comparação anual, informou nesta quinta-feira.
Desconsiderando aquisições, o lucro cresceu 30,5 por cento, a 112,2 milhões de reais.
A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava lucro de R$ 101 milhões no período.
A Estácio fechou o trimestre com uma base total de 501,5 mil alunos, 30,9% acima do ano anterior, sendo 349,3 mil matriculados nos cursos presenciais (+15,1%) e 96 mil nos cursos a distância (+20,9%).
A empresa teve acréscimo de 56,2 mil alunos vindos das instituições adquiridas nos últimos 12 meses.
A receita operacional líquida somou R$ 774,3 milhões no período, alta anual de 31,4%.
A taxa de evasão representou 7,5% da base, uma piora de 0,3 ponto percentual ante o segundo trimestre de 2014. Já as provisões para devedores duvidosos subiram 5,8%, para R$ 38,1 milhões.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado foi de R$ 166,1 milhões, alta de 56,6% na mesma comparação.
A base de alunos Fies da Estácio chegou a 146,1 mil em junho, 43,8% da base de graduação presencial, após o fim do processo de adesão ao Fies em 30 de abril.
No trimestre, o fluxo de caixa operacional trimestral ficou negativo em R$ 132,5 milhões, refletindo as alterações no ciclo de emissão de certificados e recompra do programa e o atraso no aditamento de contratos do financiamento.
O SisFIES fora de operação durante parte do semestre atrasou a inscrição de alunos, prejudicando repasses previstos.
Dos R$ 688 milhões de receita líquida Fies referentes a 2015, a Estácio recebeu R$ 130 milhões em repasses. O montante deverá ser repassado no segundo semestre.
Com o impacto no caixa, os investimentos da Estácio foram revistos para o ano, disse a empresa, sem mencionar números.
(Por Juliana Schincariol)
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