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Suzano não considera nova fábrica no curto prazo, diz CEO

18/08/2015 11h35

SÃO PAULO (Reuters) - A Suzano Papel e Celulose não considera a possibilidade de um anúncio de uma nova fábrica de celulose no curto prazo, levando em conta que o retorno de uma modernização traria melhores resultados e diante de recentes adições de capacidade da indústria.

"Não consideramos no curto prazo um anúncio de um projeto 'greenfield' ou 'brownfield', consideramos sim um investimento em retrofit (modernização) para desgargalamento", disse o presidente-executivo da companhia, Walter Schalka, em evento da consultoria do setor RISI nesta terça-feira.

Schalka defendeu um redesenho da indústria para melhorar a rentabilidade do setor, impedindo que fique à mercê do câmbio ou do fechamento de fábricas para a entrega de resultados, em um momento em que o crescimento da oferta de celulose tem ocorrido em ritmo superior ao do aumento da procura.

"Do lado da demanda, vemos queda gradual da procura pelo papel para imprimir e escrever. Do outro lado, da oferta, tínhamos uma expectativa de fechamento de capacidade. Isso vai acontecer em ritmo menor que o esperado", afirmou.

Segundo o executivo, novos fechamentos só devem ocorrer quando o preço do insumo ficar abaixo do custo caixa de produção. Nesse cenário, as possibilidades de aumentos de preços ficam reduzidas, o que se soma aos descontos maiores a clientes que vêm sendo dados ao longo do tempo.

Para ele, um redesenho da indústria poderia disciplinar a capacidade do setor e melhorar a rentabilidade. Uma alternativa seriam fusões e aquisições, mas, segundo o executivo, existem outras. "A indústria deveria ser mais colaborativa. A corrida por capacidade acabou gerando retornos inadequados", afirmou.

"Fusões ou aquisições são um dos caminhos que podemos seguir e para o qual estamos nos preparando gradativamente, mas há outros caminhos", disse, sem detalhá-los.

Segundo Schalka, a Suzano também tem investido em melhoras na competitividade e em negócios adjacentes para transformar seu modelo de negócio, como o projeto de celulose tipo fluff, melhoramento genético e no recém-anunciado projeto de lignina. Em dezembro de 2013, a Suzano inaugurou fábrica no Maranhão.

Já a Klabin espera abrir em março o Projeto Puma, sua primeira fábrica de celulose.

Em maio, Klabin e Fibria anunciaram acordo em que a Klabin fornecerá pelo menos 900 mil toneladas anuais de celulose de fibra curta para a Fibria, com início da operação previsto para 2016. O acordo já foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Fibria anunciou em maio investimento de 7,7 bilhões de reais na ampliação de sua capacidade de produção de celulose no Mato Grosso do Sul.

(Por Priscila Jordão)