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Desemprego no Brasil sobe a 8,3% no 2º tri, nível recorde da série, com mais procura por colocação

PAULO WHITAKER
Imagem: PAULO WHITAKER

25/08/2015 10h21

SÃO PAULO (Reuters) - A taxa de desemprego no Brasil atingiu 8,3 por cento no segundo trimestre deste ano, maior patamar da série histórica iniciada em 2012, com forte crescimento da população em busca de uma colocação diante do cenário de economia em contração e inflação elevada.

No trimestre encerrado em junho, a população desocupada (8,4 milhões de pessoas) cresceu 5,3 por cento frente ao trimestre imediatamente anterior. Na comparação com igual período de 2014, o salto foi de 23,5 por cento, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos três meses até maio, a taxa de desemprego tinha ficado em 8,1 por cento. No primeiro trimestre do ano, ela foi de 7,9 por cento.

"Teve aumento da desocupação provocado por maior procura e a geração de postos de trabalho não alcança toda essa população procurando trabalho", afirmou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azevedo.

"Há pressão forte sobre o mercado de trabalho, que é reflexo do cenário econômico. O cenário econômico não atende a demanda", acrescentou.

A renda média real habitual recuou 0,5 por cento no segundo trimestre na comparação com um ano antes, a 1.882 reais.

Os resultados reforçam a deterioração do mercado de trabalho observada desde o início do ano, num ambiente de profunda fraqueza econômica e baixa confiança. Aos fatores econômicos, soma-se a grave crise política, que vem gerado insegurança entre consumidores e empresas.

Dados divulgados na semana passada já vinham apontando que a trajetória do mercado de trabalho não deve melhorar tão cedo.

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, que leva em conta dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do país, mostrou que a taxa de desempregou saltou para 7,5 por cento em julho, maior nível em mais de 5 anos, em consequência do aumento de quase 10 por cento da população desocupada.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, o Brasil fechou 157.905 vagas formais de trabalho no mês passado, pior resultado para julho da série histórica iniciada em 1992.

A despeito da performance econômica fraca, a resiliência do mercado de trabalho vinha sendo um dos trunfos do governo da presidente Dilma Rousseff, especialmente durante sua campanha à reeleição, no ano passado.

A Pnad Contínua tem abrangência nacional e vai substituir a PME.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)