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Governo avalia que retomada da economia brasileira pode demorar mais dependendo da China

25/08/2015 12h29

BRASÍLIA (Reuters) - O secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira, indicou nesta terça-feira que a expectativa do governo de a economia brasileira voltar a crescer no último trimestre deste ano ou nos três primeiros meses do próximo pode mudar dependendo da situação da China.

"Estamos neste momento suscetíveis a uma grande mudança no cenário econômico mundial", afirmou o secretário durante evento em Brasília.

Durante sua apresentação, Oliveira defendeu que a economia brasileira vai se recuperar no fim deste ano ou no início de 2016 com auxílio do exterior, já que a depreciação da moeda brasileira ajuda as exportações-- e com a restrição ao crédito sendo superada. Ele também citou a retomada do investimento com, por exemplo, programas do governo voltados à infraestrutura.

"Nós deveremos começar a observar resultados trimestrais positivos provavelmente no quarto trimestre de 2015 ou primeiro trimestre de 2016", afirmou. "Tudo isso que eu estou dizendo pode ser completamente suplantado pelo desenrolar desses fatos", emendou, referindo-se ao cenário econômico na China.

Nesta terça-feira e na véspera, as ações chinesas derreteram diante de temores cada vez mais agudos de que a atividade no país esteja desacelerando, afetando os mercados globais.

Para tentar reverter o quadro, nesta manhã o banco central da China cortou as taxas de juros e afrouxou as taxas de compulsório pela segunda vez em dois meses, em um movimento de apoio à economia cambaleante.

Segundo Oliveira, ainda não é possível saber as consequências e o impacto do que está acontecendo na China sobre a economia global e brasileira, em particular.

"O que aconteceu ontem muda todo nosso futuro", afirmou. "Todos devemos ficar muito atentos com o que acontece na China."

O secretário-executivo do Planejamento disse também que a reforma administrativa anunciada na segunda-feira pelo governo brasileiro, que pretende cortar 10 dos 39 ministérios hoje existentes, vai gerar uma economia de "centenas de milhões de reais", mas não chega a 1 bilhão de reais.

(Reportagem de Alonso Soto)