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Temer diz que déficit do Orçamento é "extremamente preocupante" e pede apoio de todos

Por Renan Fagalde
Imagem: Por Renan Fagalde

31/08/2015 14h31

Por Renan Fagalde

SÃO PAULO (Reuters) - O vice-presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira que a previsão de um déficit na casa de 30 bilhões de reais no Orçamento de 2016 é "extremamente preocupante" e deixa claro que o governo precisa do apoio de toda a sociedade, principalmente do Congresso.

"Se tivéssemos cobertos o déficit com a hipótese da CPMF no Orçamento, nós possivelmente teríamos uma derrota na CPMF, portanto uma derrota política e, em consequência, uma derrota econômica, pois o déficit, tendo em vista a inexistência do tributo, se ressaltaria, um déficit de 30 bilhões (de reais)", disse.

Ao se dirigir a uma plateia de empresários, em um evento em São Paulo, Temer disse que o déficit na proposta orçamentária mostra transparência e ausência de maquiagem. O governo envia ao Congresso nesta segunda-feira sua proposta de Orçamento de 2016.

"O melhor é que a transparência se desse para que desde o início disséssemos: 'Nós precisamos do apoio de todos os setores da sociedade brasileira, no particular, do Congresso. Temos que construir juntos uma solução para a crise econômica'", afirmou.

O vice-presidente ressaltou, porém, que hoje é preciso mais do que o apoio político que garante a governabilidade.

"Para governar, não basta hoje ter a governabilidade, mas é preciso também que se faça a governança, ou seja, que você tenha o apoio dos setores sociais. E por isso a governança significa muito mais que a governabilidade, pois significa a necessidade do apoio do pensamento nacional."

Temer defendeu também uma grande reformulação político-partidária no país. "Considero dificílimo se governar um país que tem 32 partidos políticos. Você não pode formar uma coalizão com 20 partidos", argumentou.

Para ele, é possível fazer as mudanças de forma suave com o mecanismo das federações partidárias, em discussão no Senado. Essas federações podem agrupar seis ou sete partidos numa mesma unidade que seria obrigada a se manter junta durante os quatro anos seguintes à eleição. "Em quatro anos poderiam se tornar uma única agremiação partidária", disse.

O vice-presidente aproveitou para criticar uma possível mudança para o parlamentarismo como "barbaridade, uma coisa estapafúrdia".