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Dilma promete cortar gastos e diz que discutirá novas receitas para equilibrar orçamento

UESLEI MARCELINO
Imagem: UESLEI MARCELINO

04/09/2015 10h35

(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff prometeu nesta sexta-feira (4) que o governo vai enxugar custos, gastar melhor os recursos públicos e ressaltou que vai discutir novas fontes de receitas para obter um orçamento equilibrado e não ficar no vermelho.

Em entrevista a rádios da Paraíba, onde cumpre agenda nesta sexta, Dilma disse que o governo não quer ficar com déficit no orçamento e vai trabalhar nesse sentido, após ter enviado esta semana ao Congresso a peça orçamentária para o próximo ano com previsão de déficit primário de 30,5 bilhões de reais.

"Se a gente quer um orçamento equilibrado, preservar as políticas, teremos que tomar algumas medidas. Uma, por parte do próprio governo, nós vamos enxugar mais gastos, vamos olhar se o que estamos pagando está chegando às pessoas que a lei manda que chegue. Enfim, vamos melhorar a qualidade do nosso gasto", disse Dilma na entrevista.

"A segunda coisa que vamos fazer, nós temos que discutir novas fontes de receitas. Nós não queremos ficar com déficit. Podemos perfeitamente discutir as receitas necessárias para não ter déficit", acrescentou.

Programas sociais não serão afetados, diz Dilma

A presidente não entrou em detalhes sobre propostas para aumentar a arrecadação ou sobre quais cortes podem ser feitos nos gastos do governo. Reiterou, no entanto, que não serão afetados programas sociais, como o Bolsa Família, e investimentos em infraestrutura, como projetos de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Dilma reconheceu que a responsabilidade pelo orçamento é do governo federal, e disse que o fato de levar a discussão ao Congresso e à sociedade não significa uma transferência de responsabilidade.

"A responsabilidade é do governo federal. Nós vamos fazer isso", afirmou.

Questionada sobre a atual relação do governo com o Congresso, que aprovou medidas que aumentam as despesas em um ano de crise, Dilma disse que a relação é "respeitosa e construtiva", mas ressaltou que as leis precisam contemplar sempre a estabilidade macroeconômica do país.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)

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