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G20 promete transparência sobre juros enquanto crescimento global decepciona

04/09/2015 11h28

ANCARA (Reuters) - Os líderes financeiros mundiais vão concordar em calibrar e comunicar cuidadosamente ações de política monetária para evitar desencadear fuga de capital, mas não vão chamar a esperada elevação da taxa de juros pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, de risco para o crescimento, segundo esboço do comunicado do G20.

Muitas economias emergentes estão preocupadas de que, quando o Fed elevar os custos dos empréstimos, os investidores tirem dinheiro de outros mercados e comprem ativos em dólares, levando à depreciação das moedas de mercados emergentes.

Autoridades de países emergentes queriam que o comunicado dos ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do Grupo das 20 principais economias declarasse que a elevação do juro nos EUA agora seria um risco para o crescimento. No entanto, o esboço evita essa linguagem.

"Observamos que, em linha com o cenário econômico melhorando, o aperto da política monetária é mais provável em algumas economias avançadas", trouxe o esboço do comunicado visto pela Reuters nesta sexta-feira.

"Vamos calibrar cuidadosamente e comunicar claramente nossas medidas para minimizar os contágios negativos, mitigar a incerteza e promover a transparência", declara o comunicado, que ainda pode ser alterado antes de ser finalmente fechado no sábado.

O texto comemora o fortalecimento da atividade em algumas economias, mas afirma que o crescimento global está aquém das expectativas.

O esboço também aborda indiretamente a desvalorização do iuan feita pela China em agosto, sinal de que a medida não foi vista como desvalorização competitiva para apoiar as exportações chinesas.

"Reiteramos nosso compromisso para avançar rumo a sistemas de câmbio mais determinados pelo mercado e flexibilidade de taxas cambiais para refletir os fundamentos, e evitar desalinhamentos persistentes na taxa de câmbio. Não vamos fazer desvalorizações competitivas e resistiremos a todas as formas de protecionismo", traz o documento.

(Por Jan Strupczewski)