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Levy: Brasil está preparado para lidar com alta na taxa de juros dos EUA

Adrian Croft

07/09/2015 09h27

O Brasil está bem preparado para lidar com qualquer volatilidade do mercado resultante de uma alta na taxa de juros dos Estados Unidos, disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nesta segunda-feira (7), em Madri.

Levy afirmou em uma reunião na capital espanhola que os bancos brasileiros foram bem capitalizados e têm grandes reservas cambiais.

"Isso nos assegura que, mesmo se começar uma volatilidade após o início de ajustes na taxa de juro dos EUA - e haverá volatilidade, porque hoje o mercado está menos fluido e não fazemos o trabalho que costumávamos fazer para absorver os choques - no Brasil estamos bem preparados para enfrentar esse primeiro período de volatilidade", disse Levy.

O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, em discurso no mesmo evento, disse que um aumento da taxa nos EUA poderia produzir certa volatilidade e incerteza, mas acredita que o Federal Reserve fez um bom trabalho na preparação do terreno para um aumento.

"Eu não acho que vai ter um impacto significativo (na economia espanhola)", declarou ele no evento organizado pelo jornal espanhol El País.

Muitas economias emergentes estão preocupadas de que uma alta na taxa do Fed desencadearia grandes saídas de capital dessas economias, criando uma turbulência no mercado que prejudicaria o crescimento.

A economia brasileira entrou em recessão técnica oficialmente ao encolher mais do que o esperado no segundo trimestre, com contração da indústria, serviços e agricultura, assim como queda nos investimentos e consumo das famílias, pavimentando ainda mais o caminho para o país fechar 2015 com o pior desempenho da atividade em 25 anos.

Mas Levy expressou confiança de que a economia do país começará a sair da recessão em breve.

"A recuperação é uma questão de meses exatamente porque o governo tem tido a força de tomar as medidas necessárias a curto prazo", declarou ele.

Entre abril e junho, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil encolheu 1,9% sobre os três meses anteriores e caiu 2,6% na comparação anual, informou o IBGE( (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no final de agosto.