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Governo cria grupo para estudar alta do Imposto de Importação sobre aço, dizem fontes

25/11/2015 21h39

Por Alonso Soto

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal decidiu criar um grupo de trabalho para decidir ainda este ano se eleva o Imposto de Importação que incide sobre o aço, apesar de protestos contrários de associações industriais, afirmaram a Reuters nesta quarta-feira duas fontes com conhecimento do assunto.

A decisão foi tomada mais cedo, durante reunião da presidente Dilma Rousseff com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, da Casa Civil, Jaques Wagner, e do Planejamento, Nelson Barbosa.

"Vai se criar um grupo de trabalho para avaliar melhor o setor e o impacto de possíveis medidas", afirmou uma das fontes. "A decisão sobre medidas vai ser tomada com base nos estudos deste grupo", acrescentou.

O grupo será formado por representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Fazenda e Casa Civil. A ideia é que o grupo seja formado em dezembro e que haja uma decisão sobre medidas antes do fim do ano.

Mais cedo, o presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, afirmou, quando questionado sobre a possibilidade de elevação do imposto, que o setor também discute com o governo incentivos às exportações, como o retorno do Reintegra, programa que tem como objetivo devolver, parcial ou integralmente, o resíduo tributário remanescente na cadeia de produção de bens exportados.

A possibilidade de elevação do imposto sobre o aço importado foi criticada nesta quarta-feira por representantes das indústrias de máquinas e equipamentos, eletrodomésticos e construção civil, entre outras, que usam a liga como insumo. As indústrias disseram que a medida é inflacionária e vai acentuar os efeitos da retração econômica, e prometeram "guerra" se o governo adotar a medida.

Segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr), que representa os produtores de aço, a produção de aço bruto no país acumula queda de 1,3 por cento de janeiro a outubro sobre o mesmo período do ano passado, a 28,2 milhões de toneladas. Já as vendas no mercado interno recuaram 15,2 por cento, para 15,7 milhões de toneladas. No mesmo período, as importações mostram queda de 14,8 por cento, enquanto as exportações tiveram alta de 44 por cento.

Em relatório, analistas do Credit Suisse comentaram que se a demanda por aço no Brasil não melhorar, "o impacto efetivo de tais medidas (aumento do imposto ou Reintegra) será limitado".

Segundo Gerdau, a expectativa é que a demanda por aço no Brasil em 2016 caia 4 a 6 por cento.