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IABr prevê queda de 4% nas vendas internas de aço no Brasil em 2016

26/11/2015 18h44

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Instituto Aço Brasil (IABr), que representa as siderúrgicas instaladas no país, divulgou nesta quinta-feira projeção de queda de 4 por cento nas vendas internas de aço no próximo ano, para 17,4 milhões de toneladas.

A entidade, que reúne empresas como Gerdau, Usiminas, CSN e ArcelorMittal, também informou esperar queda de 5,1 por cento no consumo aparente de aço no país em 2016, a 20,28 milhões de toneladas.

A previsão se baseia nas projeções para o Produto Interno Bruto de 2016, que apontam queda de 2,1 por cento segundo a pesquisa Focus do Banco Central, além de informações repassadas pelas empresas filiadas à entidade.

Dependendo do andamento da economia e das exportações de aço, que têm projeção de crescimento de 36,2 por cento neste ano ante 2014, em volumes, o IABr vai atualizar suas estimativas, disse o presidente-executivo da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, a jornalistas.

"O ano de 2016 já está aí e não há nenhuma perspectiva (...)não há nada que sinalize recuperação do mercado interno", afirmou Lopes. "2016 será a repetição do que se viu em 2015 ou um agravamento", acrescentou.

Segundo levantamento do IABr, há hoje no país 47 unidades siderúrgicas produtivas desativadas ou paralisadas que resultaram em demissões de 21.786 trabalhadores desde 2014.

A lista inclui 2 alto-fornos, 4 aciarias, 8 laminadores e 4 unidades de mineração. Diante do cenário econômico adverso e da concorrência de importados, a perspectiva da entidade é que mais 24 unidades possam ser fechadas nos próximos 6 meses.

Na véspera, representantes do IABr se reuniram em Brasília com a presidente Dilma Rousseff, além dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro; para falar sobre dificuldades enfrentadas pelo setor, especialmente a concorrência de material importado.

O IABr afirma que há uma sobreoferta de ao menos 130 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos no mundo e que muitas economias já começaram a adotar medidas para proteger os seus mercados domésticos de aço.

"O Brasil precisa tomar uma decisão emergencial, que seria seguir as práticas do mundo (...) As exportações chinesas são como a água e procuram o caminho mais fácil", disse Lopes.

Nessa quinta-feira, o ministro do Desenvolvimento confirmou que o governo estuda aumentar o Imposto sobre Importação de aço e afirmou que uma decisão será tomada 15 dias.

"A orientação da presidente é ter condições de oferecer em no máximo 15 dias uma posição final sobre o tema. Vamos ouvir todos os demais setores interessados", disse Monteiro.

Na véspera, entidades industriais incluindo a associação de fabricantes de máquinas e equipamentos, Abimaq, afirmaram que vão promover uma "guerra" se o governo elevar o tributo. As entidades afirmam que um aumento do imposto vai pressionar a inflação e acentuar a retração da economia.

2015

O IABr previu queda de 2 por cento na produção de aço bruto em 2015, a 33,2 milhões de toneladas. Para as vendas internas, a expectativa é de queda 16,3 por cento, para 18,2 milhões de toneladas, mesmo patamar de 2006.

O consumo aparente de aço no país deve ser de 21,4 milhões de toneladas este ano, segundo o IABr, uma baixa de 16,5 por cento na comparação com 2014 e mesmo patamar registrado em 2007.

Em julho, a entidade estimou recuo de 3,4 por cento na produção, queda de 15,6 por cento nas vendas no mercado interno, baixa de 12,8 por cento no consumo aparente e aumento de 20,2 por cento nas exportações de aço do Brasil.

(Por Rodrigo Viga Gaier)