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Aprosoja aponta tendência de queda de produtividade na safra de soja 15/16 em MT

27/11/2015 13h07

SÃO PAULO (Reuters) - O Estado de Mato Grosso, que responde por cerca de 30 por cento da safra de soja do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa, está enfrentando um atípico clima irregular na temporada 2015/16 que deve prejudicar as produtividades, afirmou o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk.

"Tradicionalmente, temos tido um tempo estável nos últimos anos, mas a situação nesta safra é diferente. Tivemos um início de plantio com problemas climáticos", afirmou ele, em entrevista à Reuters, durante jantar em comemoração aos 50 anos da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), na noite de quinta-feira, em São Paulo.

"Falta ainda cerca de 10 por cento da área para plantar, estamos atrasados e devemos ter bastante replantio (de áreas afetadas pelo tempo seco)", completou Tomczyk.

Ele disse que o município de Sorriso (MT), o maior produtor de soja do Brasil, é um exemplo dos problemas.

Sorriso vai ter que replantar 8 por cento da área, o que impacta na produtividade pois muitas lavouras não serão plantadas no melhor momento, segundo o presidente da associação estadual.

"Já condenou boa parte da produtividade", comentou ele, ressaltando que o viés para a produtividade média no Estado é de baixa. Ele não fez uma estimativa exata.

O replantio também eleva custos em uma safra com margens de produção mais fracas.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade no Estado, estimada antes dos problemas climáticos, poderia subir mais de 1 por cento ante os bons resultados verificados na safra passada, para mais de 3.100 kg por hectare.

"No meu caso (de produtor), eu tive áreas com 23 dias sem chuvas (e calor intenso), é preocupante. Minha previsão era ter acabado o plantio há 20 dias, acabei agora", declarou.

Ele não quis estimar perdas em produtividade, mas disse que o setor está alerta, uma vez que as previsões são de que as chuvas continuem irregulares em dezembro.

(Por Roberto Samora)