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Inadimplência no mercado de crédito brasileiro sobe a 5% em outubro, diz BC

27/11/2015 11h06

BRASÍLIA (Reuters) - A inadimplência no mercado de crédito no país no segmento de recursos livres subiu em outubro, alcançando o maior patamar em mais de dois anos, em meio ao cenário marcado por recessão, inflação e juros elevados, combinação que vem pressionando o bolso do consumidor e sua capacidade de pagamento.

No segmento, que conta com taxas de juros definidas livremente pelas instituições financeiras, a inadimplência foi a 5 por cento, ante 4,9 por cento em setembro, nível mais alto desde maio de 2013 (5,1 por cento), informou o Banco Central nesta sexta-feira.

O spread bancário, diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada pelos bancos ao consumidor final, foi a 33,3 pontos percentuais no segmento de recursos livres, recorde da série histórica iniciada em 2011.

Os juros médios do mesmo segmento também renovaram o nível mais alto da série, a 47,9 por cento, num reflexo do encarecimento generalizado dos financiamentos.

Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a taxa básica de juros em 14,25 por cento ao ano, mas na primeira decisão dividida em mais de um ano, com dois membros votando pela alta de 0,5 ponto percentual.

A falta de consenso levou o mercado a acreditar que uma nova alta na Selic virá antes do esperado, podendo ocorrer até mesmo no início de 2016, a despeito da fraca atividade econômica.

Isso porque as expectativas para a inflação seguem em trajetória ascendente, alimentadas também pela desconfiança dos agentes com o cenário fiscal e político do país.

Esse panorama também tem feito os bancos serem mais cautelosos na concessão de empréstimos, principalmente em relação a anos anteriores.

Em outubro, ainda segundo o BC, o estoque total de crédito no Brasil, que inclui recursos livres e direcionados, caiu 0,1 por cento sobre setembro, a 3,157 trilhões de reais, correspondente a 54,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Para 2015, o BC projeta crescimento de 9 por cento no saldo total do crédito no país, ante alta de 11,3 por cento em 2014, que já havia sido o menor ritmo de expansão desde 2007.

(Por Marcela Ayres)