Justiça do Rio acata denúncia contra ex-presidente da Eletronuclear
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Justiça Federal do Rio de Janeiro acatou denúncia contra o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva e mais 13 pessoas por acusações de corrupção e outros crimes relacionados a contratos da usina de Angra 3, investigados pela operação Radioatividade, informou a Justiça nesta terça-feira.
Investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal apontaram a formação de cartel nas licitações de serviços de montagem da usina Angra 3 com envolvimento das empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, que teriam feito pagamento de propinas ao ex-presidente da Eletronuclear.
Pinheiro, um vice-almirante reformado, é acusado de receber propina de 4,5 milhões de reais. Ele está preso em uma base militar no Rio de Janeiro.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal do Rio, também acatou denúncia contra o presidente-executivo da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e o ex-responsável pela área de energia na Andrade Gutierrez Flávio Barra, além de executivos da Engevix.
Segundo reportagens da semana passada, a Andrade Gutierrez teria fechado um pacto com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e aceitou pagar multa de 1 bilhão de reais em acordos de leniência e delação, e confessará que pagou suborno em contratos de Angra 3, entre outros.
A Radioatividade foi deflagrada pelo MPF e a PF como uma das etapas da operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção que envolve principalmente a Petrobras. As duas operações foram separadas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que encaminhou a Radioativdade para o Rio, onde fica a sede da Eletronuclear, unidade da Eletrobras.
(Por Pedro Fonseca)
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