Setor de serviços no Brasil cai 6,3% em novembro, diz IBGE

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O volume do setor de serviços do Brasil registrou queda de 6,3% em novembro na comparação com um ano antes, com recuo generalizado entre as atividades, acelerando o ritmo de perdas e renovando a menor taxa da série histórica iniciada em 2012.

Com este resultado, o setor acumulou nos 11 primeiros meses de 2015 recuo de 3,4%, chegando a uma retração de 3,1% em 12 meses, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (14).

"Somente o aquecimento da economia, dos negócios e o aumento da renda do trabalhador vai levar o setor a ter novos ganhos reais", destacou o técnico do IBGE Roberto Saldanha.

Transporte

A maior queda foi apresentada pela atividade de Transportes, serviços auxiliares e de correio, com recuo no volume total de 8,2%. Essa atividade foi a que mais pesou sobre o resultado de novembro, com 2,6 ponto percentual.

"Como vem acontecendo nos últimos meses, o transporte terrestre, principalmente de cargas, caiu. Só o aquecimento da indústria pode reverter isso, pois há menos consumo de matéria-prima e demanda de transporte", acrescentou Saldanha.

Destacaram-se ainda as perdas de 6,6% de Serviços prestados à família e de Serviços profissionais, administrativos e complementares.

O volume do chamado agregado especial Atividades turísticas, considerado pelo IBGE como um item à parte por repetir serviços já avaliados em outras atividades, teve recuo de 1,9% no período.

Já a receita nominal de serviços caiu em novembro 0,8% na comparação anual, completou o IBGE.

Dezembro e 2015

A situação não deve ter melhorado em dezembro, uma vez que o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta que a retração do setor de serviços no Brasil se intensificou no mês passado.

A inflação acima de 10% em 2015, a forte recessão enfrentada pelo país e o aumento do desemprego debilitaram o setor de serviços no ano passado.

A contração econômica deve se prolongar por 2016, bem como a inflação em patamares ainda elevados. A pesquisa Focus do Banco Central aponta que a expectativa de economistas é de contração de 2,99% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016, com inflação a 6,93%.

(Edição de Alexandre Caverni)