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Petrobras negocia venda de campo de petróleo no mar à PetroRio

24/03/2016 15h19

RIO DE JANEIRO, 24 Mar (Reuters) - A petroleira brasileira PetroRio apresentou uma proposta à Petrobras para compra de um campo de petróleo, já em produção, no mar, afirmou à agência de notícias Reuters nesta quinta-feira (24) o diretor financeiro, de novos negócios e de relações com investidores da companhia, Blener Mayhew.

Ele disse que a empresa já participou de outros três processos de venda de negócios pela petroleira estatal, em mar, mas não necessariamente em produção.

Entretanto, nos outros casos, os negócios não despertaram tanto interesse da PetroRio, que colocou em curso estratégia "agressiva" de crescimento por meio de aquisições e fusões para atingir produção de 100 mil barris por dia até o fim de 2017.

Dessa forma, a produção saltaria da média de 2015 de 8.400 mil barris por dia, provenientes do campo de Polvo.

"Agora, no quarto processo que a gente está participando, a gente viu um negócio que a gente realmente está interessado, e a gente apresentou proposta", afirmou Mayhew, à Reuters, após participar de teleconferência com analistas para comentar os resultados da empresa em 2015.

O executivo destacou que a PetroRio tem notado que a estratégia da Petrobras tem sido de apresentar negócios menos atrativos primeiro.

"Inclusive, em um dos primeiros processos, eu soube que ninguém apresentou propostas e agora eles estão, gradualmente, colocando coisas mais interessantes à venda", disse Mayhew, sem apresentar detalhes sobre esses ativos.

"A gente já encontrou um que a gente gosta, mas a gente acha que terão outros."

Além do campo da Petrobras, a PetroRio também avalia outros negócios no Brasil e no exterior que podem ser fechados, incluindo ativos em mar, em terra e a possível aquisição de uma empresa. Ele não deu detalhes.

Segundo Mayhew, a empresa tem bancos e fundos de investimentos estrangeiros interessados em apoiar o programa de aquisição da PetroRio.

"A gente tem já uma carta de intenção deles que financiaria até 80% de algum negócio, que já esteja em produção, porque já tem 'cashflow' para servir à dívida", afirmou.

"Se você olhar 80% de dívida, com o nosso caixa de mais ou menos US$ 150 milhões, a gente consegue comprar ativos de entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão."

O lucro líquido da PetroRio foi de R$ 110,4 milhões em 2015, ante prejuízo de R$ 1 bilhão no ano anterior. A receita líquida foi de R$ 253,1 milhões, enquanto o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 150,1 milhões.

Campo de Polvo

Mayhew também afirmou que a PetroRio conseguiu alongar em até quatro anos o tempo de vida útil do campo de Polvo, na Bacia de Campos, até 2020, com redução de custos e melhorias na gestão dos reservatórios, onde avalia a perfuração de novos poços.

As possíveis perfurações na área poderiam acontecer neste ano. Entretanto, Mayhew frisou que ainda é cedo para falar sobre esses planos, que dependerão de estudos e também do comportamento de mercado, muito castigado por preços baixos.

O executivo destacou que em 2013 o custo de operação anual no campo de Polvo era de US$ 240 milhões e esse valor caiu para US$ 108,9 milhões em 2015.

A empresa também reduziu custos como um todo. Como exemplo, o executivo destacou que a empresa fechou 2015 com 83 empregados, ante os 380 registrados em 2013. Foram fechados ainda escritórios da empresa em Manaus (AM), na Namíbia (África), além de Estados Unidos e Canadá.

"Hoje a PetroRio é uma empresa menor, mas eu diria que é uma empresa mais responsável, mais lucrativa e sem dúvida preparada para crescer", afirmou Mayhew.