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BC dos EUA debateu alta de juros em abril, mostra ata da reunião

Por Jason Lange e Lindsay Dunsmuir

06/04/2016 15h53

WASHINGTON, 6 Abr (Reuters) - Autoridades do Federal Reserve debateram no mês passado se seria necessário elevar os juros em abril, mas o consenso foi de que os riscos provocados pela desaceleração econômica global autorizavam uma postura cautelosa, mostrou a ata da última reunião do banco central norte-americano.

"Muitos participantes expressaram a avaliação de que a situação econômica e financeira global ainda representava um risco relevante", de acordo com o documento divulgado nesta quarta-feira sobre a reunião dos dias 15 e 16 de março.

Autoridades sinalizaram ao fim da reunião que esperavam aumentar os juros duas vezes em 2016, mas o momento dessas elevações ainda parece estar indefinido.

De acordo com a ata, vários dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) disseram que os riscos elevados que a economia dos EUA significam que aumentar os juros em abril "sinalizaria sentimento de urgência que eles não consideravam apropriado".

"Em contraste, alguns outros participantes indicaram que aumento dos juros na reunião seguinte do Comitê pode muito bem ser justificado", informou a ata.

As autoridades do Fed haviam previamente sinalizado em dezembro que quatro aumentos de juros seriam prováveis em 2016 e a ata da reunião de março destacou o consenso dentro do Fed sobre perspectiva cautelosa para a economia.

"De maneira geral, os participantes entendem que os desenvolvimentos econômicos e financeiros continuam apresentando riscos à perspectiva para a atividade econômica e o mercado de trabalho nos Estados Unidos", segundo o documento.

A chair do Fed, Janet Yellen, disse em 29 de março que o banco central dos EUA deveria "proceder com cautela" ao aumentar os juros, visão que tem sido recentemente abraçada por outros membros, incluindo o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard.

O Fed manteve a taxa de juros entre 0,25 e 0,5 por cento na reunião de março e em janeiro, após a alta de dezembro, que interrompeu sete anos de juros quase zerados.