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Salto nas provisões para calotes pesa no lucro no Bradesco no 1º trimestre

Aluísio Alves

28/04/2016 09h01

SÃO PAULO (Reuters) - Um forte aumento nas despesas para perdas com calotes levou o Bradesco a ter entre janeiro e março a primeira queda sequencial no lucro em mais de quatro anos, evidenciando o crescente peso da recessão no país sobre o setor bancário.

O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira que seu lucro recorrente do período somou R$ 4,113 bilhões, queda de 3,8% ante mesma etapa de 2015 e de 9,8% sobre o trimestre anterior. O número também veio abaixo da previsão média de analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, de R$ 4,3 bilhões.

O lucro líquido contábil da instituição ficou em R$ 4,12 bilhões, queda de 2,9% sobre um ano antes e 5,3% menor do que no período imediatamente anterior.

Numa frente, o estoque de crédito total do Bradesco teve expansão zero em 12 meses encerrados em março, a R$ 463,208 bilhões, movimento pressionado sobretudo por menores empréstimos a empresas.

Em outra, o banco viu a qualidade da sua carteira piorar pelo quinto trimestre consecutivo, com o índice de inadimplência acima de 90 dias chegando a 4,2%, o pico em quase quatro anos. Um ano atrás, o índice tinha sido de 3,6%.

E num cenário de recessão continuada, o banco decidiu fazer uma provisão para perdas esperadas com calotes de R$ 5,448 bilhões, volume 30% maior na base sequencial e um salto de 52,2% sobre o primeiro trimestre de 2015.

Com isso, a rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido médio, índice que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, ficou em 17,5%, queda de 3 pontos percentuais nas comparações mensal e anual. Foi o pior desempenho em pelo menos uma década.

O banco ainda viu um declínio de 2,9% nas receitas com tarifas e serviços sobre um trimestre antes, para R$ 6,405 bilhões, embora ano a ano, o montante tenha crescido 11,5%.

Por fim, as despesas administrativas e de pessoal somaram R$ 7,87 bilhões no primeiro trimestre, queda de 6,5% sobre o final de 2015 e alta de 11,1% contra um ano antes, índice acima da inflação acumulada no período.

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