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Governo interino vai formar grupo de trabalho com sindicalistas para reforma da Previdência

Lisandra Paraguassu

16/05/2016 17h45

BRASÍLIA, 16 Mai (Reuters) - O presidente interino Michel Temer quer ter uma proposta de reforma da Previdência pronta em 30 dias e pretende deixar as mudanças na área como legado de seu governo, informaram representantes do movimento sindical convocados para uma reunião nesta segunda-feira (16) no Palácio do Planalto.

Um grupo de trabalho será formado e terá sua primeira reunião já na próxima quarta-feira, mas o governo não apresentou até agora nenhuma proposta, apesar das declarações recentes dos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, de que será inevitável criar uma idade mínima para as aposentadorias.

Em entrevista no final da reunião, os sindicalistas afirmaram que estão abertos a discutir mudanças desde que qualquer alteração na Previdência só passe a valer para quem estiver entrando no mercado de trabalho.

“Direitos adquiridos não pode mexer. Quem está no sistema tem que ser mantido como está”, afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), presidente da Força Sindical. “Quem vai entrar podemos discutir."

De acordo com os sindicalistas, Temer não se comprometeu com nenhuma posição específica, mas teria repetido que não pretende mexer em direitos adquiridos.

As centrais, no entanto, apresentaram outras propostas para que não se faça uma nova reforma. Entre elas, a revisão das desonerações aprovadas no governo Dilma, revisão dos casos de universidades e entidades filantrópicas e a aprovação da proposta que legaliza o jogo no Brasil, com a arrecadação voltada para financiar a Previdência.

“Se depois disso tudo nos comprovarem que ainda é preciso, podemos discutir”, disse Antônio Neto, presidente das Centrais Sindicais Brasileiras.

O grupo de trabalho será formado por dois representantes das centrais, ainda a serem definidos, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e o ministro da Casa Civil. Aos sindicalistas, Temer afirmou que tem pressa e espera deixar a reforma como legado de seu governo.

(Por Lisandra Paraguassu e Marcela Ayres; edição de Tatiana Ramil)