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Cemig aposta em venda de ativos para reduzir alavancagem

17/05/2016 15h35

17 Mai (Reuters) - A estatal mineira de energia Cemig decidiu que focará na venda de ativos para reduzir sua alavancagem, que quase dobrou desde o final de 2015 e tornou-se uma das principais preocupações da gestão da companhia, afirmou nesta terça-feira o diretor de Finanças, Fabiano Maia Pereira.

A relação entre a dívida líquida da elétrica e a geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), fechou março em 4,39 vezes, ante 2,4 vezes no final de 2015.

A marca, inclusive, está acima do limite de 4,12 vezes estabelecido no estatuto social da companhia, o que obrigou a convocação de uma assembleia de acionistas para 30 de maio para aprovar a ultrapassagem do teto.

"A Cemig está fazendo uma reavaliação do portfólio dela e isso permite que nós consigamos diminuir a dívida no médio prazo... a gente tem olhado fundamentalmente ativos que não temos o controle ou cocontrole. O planejamento da companhia é voltar os olhos para eles e colocar à venda, obviamente com valores satisfatórios", disse Pereira.

Questionado por analistas sobre quais ativos poderiam ser colocados no mercado, o diretor não quis dar detalhes, mas afirmou que o plano já possui inclusive algumas iniciativas aprovadas pelo Conselho de Administração.

"A gente tem que ter consciência de que a Cemig é uma companhia grande, com uma governança complexa. Nos últimos meses tivemos um trabalho muito grande de convencimento sobre a necessidade dessa estratégia... Conseguimos finalizar isso, alguns movimentos já estão aprovados pelo Conselho e a gente está em negociação", afirmou.

O executivo negou, no entanto, que esteja no plano a venda da fatia da Cemig na Renova Energia, empresa voltada a investimentos em fontes renováveis, ou das participações da companhia nas hidrelétricas de Santo Antônio e Belo Monte.

"Na Renova somos cocontroladores, temos interesse em que a companhia se mantenha forte... Santo Antônio, Belo Monte, ainda são projetos greenfield que ainda vão demorar a gerar caixa... Não é esse o caminho, a princípio."

O diretor financeiro afirmou ainda que a Cemig buscará aumentar a eficiência de sua unidade de distribuição de energia, a Cemig-D, responsável pelo fornecimento em Minas Gerais, que teve prejuízo de 40 milhões de reais no trimestre.

A companhia anunciou, inclusive, o adiantamento de um futuro aumento de capital de 410 milhões de reais para a subsidiária.

"Fizemos uma capitalização para reduzir a alavancagem... a intenção é que a produtividade aumente consideravelmente, já temos estudos demonstrando que isso é possível", afirmou Pereira.

A Cemig teve lucro líquido de 5 milhões de reais no primeiro trimestre, com recuo de 99,7 por cento ante mesmo período de 2015.