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Temer diz a empresários que é preciso consolidar novos fundamentos econômicos do país

Lisandra Paraguassu

08/06/2016 13h47

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente interino Michel Temer afirmou nesta quarta-feira que a equipe econômica de seu governo têm trabalho para reverter a situação econômica complicada herdada da presidente afastada Dilma Rousseff, mas ponderou que os resultados não virão da noite para o dia e que é preciso consolidar novos fundamentos econômicos do país.

Em encontro com líderes empresariais no Palácio do Planalto, Temer afirmou ainda que, apesar de estar na Presidência interinamente devido ao afastamento da presidente Dilma Rousseff por processo de impeachment, não age como se seu governo fosse transitório. Temer também disse que a participação da iniciativa privada é fundamental para a criação de empregos.

Em seu discurso, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que organizou o encontro com empresários, cobrou cinco pontos essenciais para a indústria. Entre eles, o não aumento de impostos, que foi centro da campanha da federação contra o governo da presidente afastada Dilma Rousseff.

Também pediu a queda nas taxas de juros, o aumento de crédito, inclusive para exportações, e o incremento do programa de concessões e parcerias público-privadas.

"Estamos falando de medidas emergenciais que possam recuperar a confiança com investimentos, consumo. A roda da economia anda e começa a resolver o problema de todo mundo", afirmou.

O encontro com empresários foi o primeiro oficial desde que Temer assumiu o governo, mas durante toda a tramitação do processo de afastamento de Dilma Rousseff na Câmara, organizações da indústria já declaravam apoio aberto ao impeachment. Cerca de 300 pessoas, de diferentes federações e áreas, estiveram no Palácio do Planalto para ouvir o presidente e a equipe econômica.

A intenção de Temer é reativar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, criado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e praticamente desativado durante o governo Dilma. O conselho de Temer, no entanto, deve mudar os membros e dar um espaço maior aos empresários.