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Metalúrgicos da Mercedes-Benz em SP mantêm mobilização contra 2.000 demissões

Alberto Alerigi Jr.

18/08/2016 11h56

Trabalhadores da fábrica de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) decidiram nesta quinta-feira (18) manter a mobilização contra cerca de 2.000 demissões planejadas pela montadora, em meio à queda de 32% nas vendas de veículos comerciais no país no acumulado de janeiro a julho.

Uma reunião chamada pela montadora com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC terminou na noite da véspera sem acordo, com a montadora informando os representantes sindicais que não tem alternativas às demissões e não recebeu autorização da matriz alemã para iniciar negociações, afirmou a entidade.

A fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo tem 9.000 trabalhadores dos quais 6.600 estão na produção. A unidade está parada desde o início da semana, depois que a companhia deu licença remunerada aos trabalhadores em meio ao plano de demissões, afirmou o sindicato.

Bloqueio em rodovia

Nesta quinta-feira, trabalhadores da fábrica fizeram passeata em torno da unidade e interromperam tráfego em duas pistas da rodovia Anchieta, onde está instalada a planta da Mercedes-Benz.

Procurada, a Mercedes-Benz não confirmou o número de cortes de trabalhadores que pretende fazer na unidade, mas afirmou que desde 2014 vem adotando medidas de ajustes de mão de obra, incluindo adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) do governo federal, licenças remuneradas e diversos programas de demissão incentivada.

A empresa comentou em comunicado que "apesar da redução do quadro de pessoal ser inevitável, a companhia se reuniu com o sindicato ontem e continua em negociações com a entidade no dia de hoje".

"Essa medida está sendo tomada em razão da drástica redução de vendas de veículos comerciais nos últimos anos, que provocou um excedente de mais de 2.500 pessoas na unidade", afirmou a Mercedes-Benz no comunicado.

"Diante de um cenário que tem se agravado cada vez mais, não temos outra alternativa a não ser a redução do quadro de pessoal dessa fábrica", acrescentou a montadora de caminhões.

Sindicato quer reverter demissões

Segundo o sindicato, os trabalhadores da unidade não podem ser demitidos até setembro por causa da adesão da Mercedes-Benz ao PPE. A entidade quer a reversão de todas as demissões e está disposta a negociar com a fábrica.

De janeiro a julho, as vendas de caminhões e ônibus caíram 31,9% em relação ao mesmo período do ano passado, para 39.021 veículos, segundo dados da associação de revendedores, Fenabrave.

Já a produção de caminhões acumula baixa de 24,5%, enquanto a de ônibus mostra recuo de 31% no período, segundo dados da associação de montadoras, Anfavea.

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