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Provisões derrubam lucro do BB no 4º tri; banco prevê lucro maior em 2017

16/02/2017 10h24

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil teve forte queda do lucro no quarto trimestre, pressionado por um pico nas provisões para perdas com calotes ao mesmo tempo em que os empréstimos tiveram nova retração.

O banco estatal anunciou mais cedo nesta quinta-feira (16) que seu lucro líquido de outubro a dezembro somou R$ 963 milhões, desabando 61,6% ante mesma etapa de 2015. Em termos ajustados, o lucro caiu 34% ano a ano, para R$ 1,75 bilhão.

A chamada provisão para créditos de liquidação duvidosa do BB no período atingiu R$ 7,49 bilhões, volume 7,1% maior sobre um ano antes e 12,7% acima do trimestre imediatamente anterior.

Embora o BB tenha conseguido elevar o spread --diferença entre o preço que o banco paga para tomar recursos e o que cobra para emprestar a clientes--, isso se deu sobre uma base menor, dado que a carteira de crédito encolheu.

No fim de 2016, a carteira de crédito ampliada do banco era de R$ 708,1 bilhões, queda de 11,3% em um ano. Considerando apenas os empréstimos no país, o montante caiu 8,4%, para R$ 679 bilhões.

Esse declínio foi puxado sobretudo pelo setor corporativo, para o qual o estoque de financiamentos do BB teve uma queda de 18,9% no ano.

Como proporção da carteira, o índice de inadimplência do banco acima de 90 dias foi de 3,29% no fim do ano, ante 3,5% no final do trimestre anterior e 2,23% um ano antes.

O banco conseguiu um aumento de 6,3% das receitas com tarifas no comparativo com o quarto trimestre de 2015, para R$ 6,36 bilhões. Na outra ponta, as despesas administrativas subiram apenas 1,6% na mesma comparação, para R$ 8,62 bilhões.

A queda no lucro fez a rentabilidade sobre o patrimônio líquido --que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas-- cair quase 5 pontos percentuais sobre o último trimestre de 2015, para 7,2%, em bases ajustadas.

Por fim, o BB perdeu para o Itaú Unibanco o posto de maior banco do país por ativos. Do terceiro para o quarto trimestre, os ativos totais do banco estatal caíram de R$ 1,45 trilhão para R$ 1,4 trilhão, enquanto os do rival privado evoluíram de R$ 1,399 trilhão para R$ 1,426 trilhão.

Previsões

O BB, que em novembro anunciou um pacote de medidas para cortar custos, incluindo um programa de aposentadoria incentivada e fechamento ou redução de cerca de 800 agências, previu melhora de diversos indicadores para 2017.

O banco previu, por exemplo lucro ajustado na faixa de R$ 9,5 bilhões a R$ 12,5 bilhões neste ano, após R$ 7,2 bilhões no ano passado.

O BB também previu alta de 1% a 4% da carteira de crédito no Brasil, que caiu 8,4% em 2016. A instituição também previu despesas com provisões para calotes de R$ 20,5 bilhões a R$ 23,5 bilhões neste ano, após R$ 27 bilhões em 2016.

(Por Aluísio Alves)