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Arrecadação sobe 3% e tem melhor junho desde 2015, diz Receita

Marcela Ayres

19/07/2017 10h36

BRASÍLIA, 19 Jul (Reuters) - A arrecadação do governo federal subiu 3% em junho, em termos reais, na comparação com igual mês de 2016, a R$ 104,100 bilhões, divulgou a Receita Federal nesta terça-feira (19).

Melhor resultado para o mês desde 2015 (+R$ 108,846 bilhões), o número de junho foi beneficiado pelo crescimento na arrecadação de importantes tributos na comparação com 2016.

O destaque foi para o Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) - Rendimentos do Trabalho, com alta de 9,45%, equivalente a um acréscimo de R$ 726 milhões.

Também tiveram desempenho positivo a arrecadação de Cofins/Pis-Pasep (+2,79%, ou mais R$ 598 milhões); de IPI, exceto vinculado (+20,65%, alta de R$ 490 milhões), além de IRRF - Rendimentos de Capital (+4,51%, ou mais R$ 445 milhões).

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse na semana passada que a performance da arrecadação no mês, segundo dados preliminares, havia sido positiva. 

Aumento de impostos

Imerso em intensa crise política, o governo segue acompanhando esse desenrolar com lupa para calibrar eventual necessidade de elevar impostos para cumprir a meta de deficit primário deste ano, de R$ 139 bilhões para o governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social).

No primeiro semestre, a arrecadação cresceu apenas 0,77%, já descontada a inflação, a R$ 648,584 bilhões, fortemente ajudada pela arrecadação de royalties no período, que fez a linha de receitas administradas por outros órgãos que não a Receita avançar 53,34%, a R$ 17,777 bilhões.

Em contrapartida, as receitas administradas pela Receita Federal sofreram uma queda real de 0,2% de janeiro a junho, a R$ 630,807 bilhões.

A fraqueza no desempenho eleva a pressão para o cumprimento da meta, tornando o governo cada vez mais dependente de receitas extraordinárias. Em relação àquelas previstas com concessões, por exemplo, o Tribunal de Contas da União (TCU) enviou um alerta na semana passada apontando para o risco de frustração das operações. 

Até o final desta semana, o governo deverá indicar em relatório bimestral de receitas e despesas como vê o comportamento dessas duas variáveis para o ano -- e o que fará para garantir o cumprimento da meta.

Membros da equipe econômica têm repetido diversas vezes que o compromisso é com o alvo fiscal e que tudo que for necessário será feito para assegurá-lo.

(Edição de Luiz Guilherme Gerbelli)