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Brasil deverá ter bandeira tarifária vermelha na conta de luz em outubro, diz Aneel

iStock/Devonyu
Imagem: iStock/Devonyu

Rodrigo Viga Gaier*

22/09/2017 18h30

RIO DE JANEIRO, 22 Set (Reuters) - Por conta de fracas chuvas nas regiões das hidrelétricas, o Brasil deverá ter bandeira tarifária vermelha em outubro, o que resulta na maior cobrança adicional na conta de energia, disse nesta sexta-feira (22) o diretor-geral da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.

Atualmente, a bandeira tarifária das contas de luz é amarela, o que significa um custo adicional de R$ 2 a cada 100 kilowatts-hora em eletricidade consumidos. A bandeira vermelha eleva o adicional para R$ 3 em seu primeiro patamar e para R$ 3,50 no segundo patamar.

Segundo ele, há uma escassez de chuvas no país e o período chuvoso deve ser atrasado, afetando o nível dos reservatórios das hidrelétricas e, consequentemente, levando ao uso de mais térmicas que operam a preços mais altos.

"A tendência lógica é que estamos com regime hidrólogo muito desfavorável e as chuvas atrasaram... O CMO (Custo Marginal de Operação) está mais caro", disse ele a jornalistas no Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).

O CMO para a próxima semana saltará para em média R$ 725,70, contra R$ 672,73 na semana anterior, disse o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta sexta-feira.

"Se caminha na direção da bandeira vermelha e mais provável para patamar 2 para valer em outubro", adicionou.

Essa tendência de energia mais cara nas contas de outubro ainda deve ser confirmada na semana que vem, ponderou Rufino.

O ONS reduziu as projeções de chuvas nos reservatórios das hidrelétricas para setembro para todas regiões, exceto o Norte, nesta sexta-feira.

A expectativa é que as usinas hídricas do Sudeste, onde está a maior parte das hidrelétricas, recebam apenas 66% da média histórica em chuvas. 

Horário de verão

O diretor da Aneel confirmou que a autarquia deu parecer ao Cômite de Monitoramento do Setor Elétrico sobre o fim da adoção do tradicional horário de verão.

Segundo ele, do ponto de vista elétrico, não se justifica mais a adoção do modelo, uma vez que estudos apontam que a medida não traz mais os mesmos benefícios para o consumo de eletricidade.

"Como tem impacto para além do setor elétrico, não tem mais o benefício que tinha, e o assunto está com a Casa Civil", disse ele.

A Casa Civil afirmou em nota nesta sexta-feira que "o governo está avaliando a conveniência ou não do tema horário de verão".

(*Com reportagem adicional de Luciano Costa; edição de Roberto Samora)

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