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Reforma da Previdência ganha força e pode ser votada na próxima 3ª, dizem governistas

Por Maria Carolina Marcello

06/12/2017 12h19

BRASÍLIA, 6 Dez (Reuters) - O clima entre aliados mudou, a resistência diminuiu e a reforma da Previdência, que ganhou força nesta semana, tem chances de ser votada na próxima terça-feira (12), avaliaram integrantes da base governista nesta quarta-feira (6).

A avaliação de governistas é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) tem atualmente cerca de 260 votos e, nas estimativas mais otimistas, pode ter até 310 votos. A medida precisa de ao menos 308 votos nos dois turnos de votação na Câmara dos Deputados para ser aprovada pela Câmara.

Mas por precaução, aliados trabalham para obter cerca de 320 votos entre os 513 deputados para garantir uma margem de segurança.

“O engajamento tem crescido... Estamos no melhor momento desde que se iniciou essa reforma”, disse o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), após café da manhã com o presidente Michel Temer, líderes aliados, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o secretário de Previdência, Marcelo Caetano, e ministros.

Seja pela impopularidade do tema, seja pela proximidade do período eleitoral, a reforma da Previdência vem enfrentando grande resistência mesmo entre aliados que tradicionalmente apoiam a tese da reformulação das regras de aposentadoria.

Mesmo assim, após enfrentar as batalhas das duas denúncias criminais oferecidas contra o presidente, o governo retomou a discussão da proposta e mobilizou todos os instrumentos de negociação.

Abriu mão de diversos pontos do texto, apresentou uma versão mais enxuta e, num esforço de comunicação, passou a adotar o discurso que a reforma foi editada para combater privilégios dos que ganham mais e se aposentam mais cedo.

“O balanço é bastante favorável, melhorou sensivelmente a possibilidade de votação”, disse o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. Gilberto Kassab, que é presidente licenciado do PSD e também estava presente no café da manhã desta quarta.

Eu acredito, agora falando em meu nome, que as possibilidades de votação, de aprovação do projeto, são muito grandes hoje
Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações

O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos vice-líderes do governo na Câmara, calcula que a votação possa ocorrer já na próxima semana, com a ressalva que é o presidente da Câmara quem tem a prerrogativa de pautá-la.

“Na semana passada estávamos longe, essa semana estamos mais perto. Vamos ter votação na terça-feira, sim”, disse Perondi a jornalistas após o encontro.

“Votaremos na próxima terça-feira, quebraremos o interstício (prazo regimental entre uma votação e outra)... O Brasil terá votação na próxima semana”, garantiu.

Longo trabalho pela frente

Apesar do otimismo --o relator da reforma estima ter entre 290 e 310 votos-- governistas ainda têm um longo trabalho pela frente, tendo como alvo os indecisos em cada bancada. Por isso mesmo, técnicos especialistas no assunto devem ter reuniões com diversos partidos ainda nesta quarta-feira.

Perondi acompanhará consultores da Previdência em encontros com as bancadas do PR e do PSD nesta tarde, enquanto o relator deve conversar com o PSDB, que reúne nesta quarta sua Executiva Nacional, deputados e senadores. Marcelo Caetano também deve comparecer à reunião do PSDB.

Também está prevista para esta quarta uma reunião da Executiva do PMDB, ocasião em que o partido do presidente Temer deve fechar questão a favor da proposta.

Após a tarde de movimentações, aliados devem novamente se reunir no Palácio da Alvorada para uma nova avaliação do quadro.

Na ocasião, aliados cruzarão os dados que colheram das bancadas com as informações repassadas por entidades interessadas na aprovação da proposta, de forma a ter uma avaliação realista de quantos votos realmente têm.

Governistas calculam que se obtiverem um bom patamar de votos, ainda que inferior aos 308 necessários, poderão insistir na articulação e na tentativa de votar a proposta na próxima semana. Alimentam a expectativa de que, tendo ao menos 290 votos, consigam convencer os indecisos.

(Edição de Eduardo Simões)

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