Brasil não terá credibilidade para se financiar sem reforma da Previdência, diz ministro do Planejamento
SÃO PAULO, 11 Dez (Reuters) - O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta segunda-feira (11) que, caso a reforma da Previdência não seja aprovada, o país não terá mais "credibilidade para continuar se financiando".
Por meio da conta do ministério no Twitter, o ministro disse ainda que a dívida pública pode chegar a 100% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2021. Em outubro, a relação da dívida bruta com o PIB atingiu 74,4%, de acordo com o Banco Central.
O governo do presidente Michel Temer tem enfrentado dificuldades para conquistar apoio político à reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem. Além de liberar recursos para emendas parlamentares, Temer também mexeu no primeiro escalão ao indicar o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) como ministro da Secretaria de Governo e agradar sobretudo os parlamentares do centrão.
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O plano do governo é colocar a reforma em discussão nesta semana na Câmara dos Deputados, para que a votação ocorra na próxima semana.
"A Previdência é a razão do déficit fiscal, representando 57% do total das despesas primárias", afirmou o ministro do Planejamento. "Por isso, a aprovação da reforma é indispensável para consolidarmos a retomada do crescimento e reequilibrar as contas públicas", acrescentou.
Privilégios
Oliveira buscou mostrar que a reforma beneficiará o trabalhador de menor renda e que acabará com os privilégios. O ministro disse que "deputados, senadores, juízes e servidores públicos terão seus benefícios previdenciários públicos limitados ao teto do INSS (R$ 5.531,31), assim como ocorre com os trabalhadores do setor privado".
Além disso, argumentou que mais de 63% dos trabalhadores já se aposentam por idade e que, no caso dos homens, a idade é de 65 anos.
"No Norte e Nordeste, a proporção de trabalhadores que já se aposenta por idade é superior a 85%."
Oliveira disse ainda que as regras para os trabalhadores rurais não vão mudar, bem como o tempo mínimo de contribuição para os trabalhadores do setor privado se aposentarem, permanecendo em 15 anos.
(Por Patrícia Duarte; Edição de Iuri Dantas)
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