Ganho com reforma da Previdência é maior que concessões a políticos, diz Meirelles
SÃO PAULO (Reuters) - A equipe econômica ainda trabalha com a "meta" de votar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados na semana que vem e as concessões que o governo vêm fazendo para angariar apoio político têm custo menor que os benefícios fiscais que serão produzidos com a medida, afirmou nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Se os deputados não votarem em dois turnos a proposta de reforma neste ano, "o começo de 2018 é uma hipótese" com a qual o governo trabalha, disse o ministro a jornalistas após almoço de promovido pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) em São Paulo.
"Não há dúvida de que a não aprovação tem um efeito forte negativo", avaliou o ministro. "Certamente haveria um 'downgrade' do Brasil, com consequências importantes para o custo de financiamento do país."
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Adiar a reforma da Previdência para 2019 elevaria os riscos de rebaixamento da nota brasileira pela Standard & Poor's, disse recentemente em entrevista à Reuters o chefe global de ratings soberanos da agência, Moritz Kraemer.
Nas contas do governo, é imprescindível reduzir os gastos públicos com aposentadorias para cumprir em 2019 a obrigação constitucional de limitar as despesas públicas ao nível do ano anterior mais a inflação, o chamado teto de gastos.
Este limite constitucional impede que o governo promova mudanças muito significativas no Orçamento anual para agradar deputados e senadores com emendas parlamentares, avaliou o ministro da Fazenda nesta terça-feira.
De acordo com Meirelles, os bancos públicos podem liderar o mercado na redução dos juros cobrados de consumidores e empresas, porque isso "faz parte do processo normal" de ajuste do mercado aos cortes da taxa básica pelo Banco Central. Na semana passada, o BC levou a Selic a 7% ao ano, o valor mais baixo da história.
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