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Secretário do Tesouro dos EUA diz que novas restrições de investimento não serão específicas para China

25/06/2018 13h27

WASHINGTON (Reuters) - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse nesta segunda-feira que as futuras restrições de investimento do Departamento do Tesouro não serão específicas para a China, mas vão se aplicar "a todos os países que estão tentando roubar nossa tecnologia".

Em uma publicação no Twitter, Mnuchin disse que as notícias sobre restrições de investimento da Bloomberg e do Wall Street Journal "são falsas, notícias falsas".

Uma autoridade do governo disse à Reuters no domingo que o Departamento do Tesouro dos EUA estava esboçando restrições que impedirão empresas com ao menos 25 por cento de propriedade chinesa de comprarem companhias norte-americanas com “tecnologia industrial significativa”.

O tuíte de Mnuchin veio em meio a uma divergência de opiniões entre as principais autoridades do governo Trump sobre o quão agressiva deve ser uma abordagem ao desafiar as práticas comerciais da China. O governo ainda debate alguns aspectos das novas restrições de investimento que devem ser anunciadas na sexta-feira, disse uma autoridade do governo.

Também existem divergências sobre as tarifas norte-americanas sobre 34 bilhões de dólares em mercadorias chinesas, que devem entrar em vigor em 6 de julho, o que, segundo a China, provocaria retaliações envolvendo suas importações de soja e veículos automotores americanos.

Mnuchin tem estado no lado mais moderado do debate, junto com o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, que está se recuperando de um ataque cardíaco. Argumentando por uma abordagem mais agressiva das tarifas e restrições de investimento na China estão o consultor de comércio e indústria da Casa Branca, Peter Navarro, e o Representante Comercial dos EUA, Robert Lighthizer.

No mês passado, Mnuchin disse que uma guerra comercial com a China estava "suspensa" depois que autoridades das duas maiores economias do mundo realizaram conversas em Pequim que estavam focadas em abrir mais setores da economia chinesa e aumentar as compras de produtos americanos.

Mas em 29 de maio, a Casa Branca anunciou que o governo Trump iria seguir em frente com uma tarifa de 25 por cento sobre 50 bilhões de dólares de produtos chineses e restrições de investimento específicas da China.

"Para proteger nossa segurança nacional, os Estados Unidos implementarão restrições específicas de investimento e reforçarão os controles de exportação para as pessoas e entidades chinesas relacionadas à aquisição de tecnologia industrialmente significativa", disse a Casa Branca em comunicado. "As restrições de investimento propostas e os controles de exportação aprimorados serão anunciados até 30 de junho de 2018 e serão implementados logo em seguida."

Lighthizer disse que conseguir que a China abra seu mercado para mais exportações dos EUA foi significativo, mas que era muito mais importante para os Estados Unidos resolverem problemas com a China, como transferências forçadas de tecnologia e furto cibernético.

(Por David Lawder e David Shepardson)