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Via Varejo firma parceria com Rapiddo para entrega no mesmo dia de compras feitas até às 17h

Por Gabriela Mello

12/11/2018 15h24

SÃO PAULO (Reuters) - A Via Varejo está testando na capital paulista entregar no mesmo dia eletroeletrônicos comprados nos sites de Casas Bahia, Pontofrio e Extra até às 17 horas por meio de uma parceria com a startup Rapiddo, em um esforço adicional para agilizar ainda mais o serviço logístico aos clientes e ganhar competitividade.

O piloto foi iniciado em setembro para entregas em um raio de cinco quilômetros da loja Casas Bahia no bairro da Liberdade e a expectativa é expandir a modalidade para as demais áreas de São Paulo e outras cidades brasileiras no primeiro trimestre de 2019.

"Pensamos na entrega no mesmo dia para o caso de o consumidor não conseguir ir até nossa loja (retirar o produto)", explicou à agência de notícias Reuters o diretor de logística da Via Varejo, Edgard Liberali Filho.

Atualmente, o cliente pode coletar a mercadoria comprada online em qualquer uma das mil lojas do grupo, além de mais de 6.000 agências dos Correios e oito armários (lockers) instalados em postos de gasolina Ipiranga em São Paulo e Rio de Janeiro. "Hoje 92% dos municípios estão cobertos com pelo menos um ponto de retirada", destacou Liberali Filho.

Segundo o executivo, o valor máximo cobrado para entrega no mesmo dia de mercadorias compradas até às 17h gira em torno de R$ 40 a R$ 45 ainda na fase piloto do projeto, mas a tendência é que esse custo se reduza mediante ajustes na operação.

"Estamos trabalhando e uma das nossas premissas é que o custo não seja tão maior que para entrega normal...Entendemos que nosso parceiro não pode ficar sem a parte dele nesse projeto, mas (o custo) será daí para baixo", disse Liberali Filho.

A parceria com a Rapiddo, controlada pela dona do iFood, a Movile, ocorre meses após a Via Varejo ter firmado acordo com outra startup de logística. Em maio, a rede varejista se aliou ao aplicativo "Eu Entrego", com mais de 40 mil entregadores autônomos cadastrados, para contornar os desafios da infraestrutura logística brasileira.

"Queríamos testar outros parceiros", afirmou o diretor de logística, acrescentando que as duas parcerias complementam a estratégia de construir pequenos galpões em lojas físicas, os chamados "minihubs", para reduzir em 80% o tempo das entregas. De acordo com ele, 64 lojas no país já operam como minihubs.

Questionado se mais parcerias estavam no radar, o executivo disse que a Via Varejo não pretende avançar em modalidades já atendidas pela Eu Entrego e Rapiddo. Ele ressaltou que tanto os minihubs quanto os serviços das startups por enquanto ainda não contemplam as vendas de terceiros no marketplace.

"O estoque fica a cargo do 'seller' (vendedor terceiro no marketplace), mas quem sabe no futuro não podemos oferecer esse serviço a eles", comentou Liberali Filho.

No terceiro trimestre, o marketplace da Via Varejo, que reúne 4.000 vendedores, cresceu 19,5% ano a ano, representando 26,2% do Gross Merchandise Volume (GMV), indicador que mede o total de vendas online, de acordo com o balanço.

Outras empresas também investem em marketplace

Representantes de varejistas rivais reiteraram nas últimas semanas as apostas na expansão das plataformas para vendas de terceiros.

Em teleconferência com analistas, o presidente da Magazine Luiza, Frederico Trajano, disse que o marketplace tende a ser um dos principais vetores de crescimento da empresa e que os esforços de logística no ano que vem serão voltados para absorver volumes de terceiros.

Executivos da B2W, por sua vez, citaram planos de dobrar para 200 mil metros quadrados a capacidade de armazenagem disponibilizada aos vendedores do seu marketplace.

Em 2018, as units (cesta de ações) da Via Varejo acumulam queda de cerca de 34%, enquanto as ações das rivais B2W e Magazine Luiza contabilizam ganhos ao redor de 58% e 92%, respectivamente.